Dois motoristas que lideravam paralisação e manifesto por reajuste salarial foram demitidos na tarde desta sexta-feira (6) pelo , formado por empresas que detêm a concessão do transporte público em . Sem o apoio do STTCU (Sindicato dos Trabalhadores em Urbano de Campo Grande), que considerou a manifestação ilegal, os funcionários foram demitidos por justa causa.

Os funcionários da Viação Campo Grande e Viação Cidade Morena, Carlos Eduardo Ferreira da Silva e Thiago Martins de Souza, respectivamente, afirmaram ao Jornal Midiamax que as demissões é uma retaliação das empresas para inibir e intimidar os demais funcionários que planejam participar da paralisação. O movimento iria acontecer nesta sexta-feira, mas após reunião motoristas decidiram adiar o ato.

Em conversa com a reportagem, diretor da empresa, João Rezende, afirmou que não tinha conhecimento das demissões. Outra questão que os motoristas destacaram, foi que as empresas não deram a justificativa para a demissão. “Quando perguntamos sobre a justa causa, apenas disseram que foi ordem lá de cima”, disse um dos motoristas.

Thiago, um dos organizadores do manifesto, pontuou que muitos motoristas estão com medo de perder o emprego por reivindicar o reajuste salarial, mas destaca a importância do movimento. “A luta dos motoristas é justa, porque estão com os salários defasados e falta de pessoal porque as empresas não estão contratando, com isso os motoristas ficam sobrecarregados”, pontuou.

O ex-funcionário da Viação Cidade Morena finaliza dizendo que somente uma minoria não queria participar da paralisação de 2 horas, entre às 4h30 e 6h30 desta sexta-feira e condenou a posição do STTCU (Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo Urbano de Campo Grande). “A maioria apoia a causa da negociação salarial. O sindicato não está apoiando os motoristas e nem dando o suporto necessário para essa negociação e por isso precisou da intervenção do TRT-MS”, contou.

A passeata para este sábado (7) continua marcada e a categoria segue com a previsão da paralisação para a próxima semana. A expectativa é esperar o resultado da primeira reunião no TRT-MS (Tribunal Regional do Trabalho) para a conciliação do reajuste.

Multas anuladas

Neste ano, o Consórcio entrou nos holofotes devido ao risco de ter que arcar com  multa de R$ 2,7 milhões, aplicada pela Agereg, por descumprimento de contrato, em relação à polêmica da substituição dos ônibus vencidos.

Além disso, o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) investiga eventual favorecimento ao Consórcio Guaicurus em relação à aplicação de multas, por parte tanto da Agereg, mas também pela Agetran. No caso desta, cerca de 3.122 multas com o prazo de vencimento expirado não teriam sido cobradas às empresas de transporte urbano, conforme indícios em investigação pelo MPMS.

Entre 2013 e 2016, o MP apurou que foram aplicadas 3.122 notificações, que somam um valor aproximado de R$ 2 milhões. Nada foi pago, segundo revelou o próprio diretor-presidente da Agetran, Janine de Lima Bruno.

Devido a isso, o MPMS emitiu recomendação aos órgãos municipais no início do mês passado para que a empresa seja inclusa na Dívida Ativa do município pelo não pagamento das multas vencidas. O MPMS também considerou ineficiente a pública feita sobre o serviço prestado pelo Consórcio Guaicurus em Campo Grande.