Conhece a ‘Tarifa Branca’? Medida pode baratear conta de energia, mas requer disciplina
Com pequenas fortunas sendo cobradas nas contas de energia Brasil a fora no último mês, uma medida aprovada pela Aneel pode ser a solução para baratear as contas de luz de consumidores com um perfil diferenciado. Já ouviu falar da Tarifa Branca? Atualmente disponível para clientes residenciais ou de pequenos comércios com consumo superior a […]
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Com pequenas fortunas sendo cobradas nas contas de energia Brasil a fora no último mês, uma medida aprovada pela Aneel pode ser a solução para baratear as contas de luz de consumidores com um perfil diferenciado. Já ouviu falar da Tarifa Branca?
Atualmente disponível para clientes residenciais ou de pequenos comércios com consumo superior a 250 KW/h mensais, a Tarifa Branca pode proporcionar uma economia de 15% a 20%, segundo estimativa do Concen (Conselho dos Consumidores de Energia da Área de Concessão da Energisa-MS). Ela nada mais é que uma alternativa de cálculo dos custos mensais de energia.
Funciona mais ou menos como antigamente: lembra dos telefones fixos, cujo valor da ligação era cobrado em pulsos? Fora do horário comercial, esse pulso ficava mais barato e aos fins de semana ocorria o valor único por ligação.
O raciocínio em relação à conta de luz é semelhante, já que na modalidade convencional, o custo do KW/h é R$ 0,54501 em qualquer hora do dia. Por outro lado, quem opta pela tarifa branca pode economizar, pois esse valor torna-se flexível, podendo sair a R$ 0,43389 para quem consumir em horários alternativos.
É onde mora o perigo. Isso porque o consumidor que não tiver o perfil de usuário adequado para a Tarifa Branca poderá pagar uma energia bem mais cara, caso utilizar eletrodomésticos na “ponta”, ou seja, na faixa de horário em que o valor do KW/h se torna mais caro – R$ 1,04529.
É bom para quem?
De acordo com resolução da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), atualmente apenas clientes que consomem mais de 250 KW/h podem requerer alteração da cobrança convencional para a tarifa branca. Mas, a partir de 1º de dezembro de 2020, qualquer unidade consumidora poderá requerer, junto à concenssionária, a substituição do medidor padrão para o mais moderno, que possibilita o cálculo do consumo conforme o horário.
Mas além disso, é preciso realmente que o consumidor tenha hábitos diferenciados. Por exemplo, a tarifa branca não é interessante para quem costuma fazer uso de equipamentos eletrônicos das 17h30 às 21h30 – horário em que o consumo de energia é mais alto, já que a demanda é bem maior. O custo do KW/h fica mais caro das 17h30 às 20h30, mas fica muito mais barato para quem utilizar a rede elétrica das 21h30 de um dia até às 15h29 do outro (Veja o infográfico abaixo).
“A solução é muito interessante a pessoas que têm hábitos diferenciados ou que podem alterar esses hábitos. Por exemplo, se no horário de ponta o consumidor não está em casa, ele tem o perfil ideal para a Tarifa Branca. Ou se ele está disposto, nessa faixa de horário, a não utilizar eletrodomésticos que consomem muito, como secadores, chuveiro elétrico, máquina de lavar, por exemplo”, explica a advogada Rosimeire Costa, presidente do Concen.
Cliente da tarifa convencional , a professora Marlene Almeida, de 47 anos, leciona bem no período em que a energia é mais cara e está entusiasmada com a possibilidade de economia. “Eu nunca estou em casa nesse horário, então significa que minha conta vai vir muito mais barata. Só não aderi ainda porque não chego a consumir 250 kW/h por mês”, explica.
E quem já aderiu ao sistema também comemora a economia. “Tenho um estabelecimento que funciona até às 15h. Para mim compensa muito, porque o período em que a gente usa mais os eletrodomésticos o custo da energia sai bem mais em conta”, revela Carlos Tavares, de 49 anos, proprietário de uma cozinha industrial.
Como solicitar?
A Energisa orienta que, antes de comparecer pessoalmente à concessionária para solicitar a mudança do sistema de cobrança, é preciso simular o consumo para ver se a economia de energia será possível. Uma calculadora é disponibilizada no site e pode ser utilizada para clientes que possuem unidades consumidoras ativas (clique AQUI).
“Nesse momento, a concessionaria tem obrigação de fazer todos os alertas. É preciso estudar o histórico de consumo do ano, entender bem como é o hábito, o número de pessoas que há naquela família. Solteiros, casais sem filhos, quem tem flexibilidade de horário para atividades domésticas podem sair beneficiados até em relação à incidência dos encargos”, conclui Rosimeire Costa.
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