A para negociação salarial dos motoristas de ônibus de acontece nesta segunda-feira (9) no TRT (Tribunal Regional do Trabalho). A mediação do Tribunal foi um pedido do Consórcio Guaicurus, após uma reunião frustrada com os trabalhadores e uma ameaça de paralisação. Entre as reivindicações dos trabalhadores, estão o reajuste salarial de 13% e o vale gás mensal.

A audiência acontece com o advogado dos sindicatos das empresas, Raphael Barbosa, e o advogado do sindicato dos trabalhadores, André Luiz das Neves Pereira. Conforme informações do TRT 24ª Região, quem conduzirá a audiência pré-processual será o juiz Auxiliar da Presidência do TRT/MS, Flavio da Costa Higa.

Ainda segundo o TRT, as discussões devem ter foco no valor do vale alimentação, no percentual de reajuste salarial, no pagamento da Participação dos Lucros ou Resultados, a manutenção de cláusulas anteriores e o período de vigências das negociações.

Em entrevista ao Jornal Midiamax, o diretor financeiro do STTCU (Sindicato dos Trabalhadores em Urbano de Campo Grande), William Alves, explica que as reivindicações são de reajuste salarial de 13%, vale gás todos os meses (atualmente os trabalhadores recebem em meses alternados), aumento na participação dos lucros de 9% para 13%, aumento na hora extra de 50% para 75%, e aumento no ticket alimentação de R$ 110 para R$ 170.

“Esta é a proposta que vamos defender. Se a empresa não aceitar ou não tiver um meio termo que seja bom para o trabalhador, ela pode propor um dissídio coletivo, onde o juiz dará uma sentença. Temos que aguardar, mas tenho certeza que o juiz irá decidir pelo justo ao trabalhador”, afirma Alves.

Negociação frustrada e paralisação

Os motoristas de ônibus se manifestaram na semana passada depois que o STTCU e o não compareceram para negociação salarial. Cerca de 40 motoristas se reuniram em frente ao Sest Senat, endereço marcado para a negociação. Os motoristas reclamam que não têm voz na negociação salarial. Segundo eles, o sindicato está mais ao lado do Consórcio do que dos trabalhadores. Uma prova disso seria a ausência do sindicato na manifestação.

Diante do descontentamento com as negociações, os motoristas organizaram uma paralisação, que acabou não acontecendo. Na ocasião, o sindicato afirmou que estava ciente da ilegalidade da paralisação, pois o ato somente acontece quando se esgotam todas as possibilidades de diálogos entre as partes. Sem o apoio do sindicato, alguns motoristas da Viação Campo Grande, por exemplo, afirmaram posteriormente que estariam de fora da manifestação e sairiam normalmente da garagem da empresa.

Demissão de motoristas

Dois motoristas que lideravam paralisação e manifesto por reajuste salarial foram demitidos pelo Consórcio Guaicurus, formado por empresas que detêm a concessão do transporte público em Campo Grande. Sem o apoio do STTCU, que considerou a manifestação ilegal, os funcionários foram demitidos por justa causa.

Os funcionários da Viação Campo Grande e Viação Cidade Morena, Carlos Eduardo Ferreira da Silva e Thiago Martins de Souza, respectivamente, afirmaram ao Jornal Midiamax que as demissões são uma retaliação das empresas para inibir e intimidar os demais funcionários que planejavam participar da paralisação.