Após protesto contra municipalização da saúde indígena, BR-163 é liberada em Mundo Novo
Foi liberado totalmente trecho da BR-163, na ponte Ayrton Senna, na divisa do Estado com o Paraná, entre Mundo Novo e Gairá, a 467 km de Campo Grande. No local, ocorreu protesto de indígenas que se manifestaram contra a proposta de municipalização dos serviços de saúde voltados àquela população. De acordo com a PRF (Polícia […]
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Foi liberado totalmente trecho da BR-163, na ponte Ayrton Senna, na divisa do Estado com o Paraná, entre Mundo Novo e Gairá, a 467 km de Campo Grande. No local, ocorreu protesto de indígenas que se manifestaram contra a proposta de municipalização dos serviços de saúde voltados àquela população.
De acordo com a PRF (Polícia Rodoviária Federal), a manifestação encerrou-se após diálogo com indígenas, que contou com representantes do MPF (Ministério Público Federal). Foram registrados, segundo a polícia, congestionamentos de cerca de 2 km devido ao bloqueio da rodovia.
Nesta manhã, a PRF relatou que o trânsito na rodovia chegou a ser totalmente bloqueado e apenas ambulâncias têm a passagem liberada. Manifestantes exigiram a presença da imprensa e do prefeito de Guaíra, Heraldo Trento (DEM).
No dia 8 de março, lideranças indígenas do Estado já tinham promovido manifestação em rodovias estaduais de MS, no caso, na MS-156, entre Itaporã e Dourados, e na MS-386, em Amambai, com interrupção parcial das vias, a cada 20 minutos, quando panfletagens foram realizadas.
No mesmo dia, em visita ao município de Dourados, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM), foi recebido com protestos de índios e profissionais da saúde que trabalham nas aldeias.
Durante a agenda, Mandetta garantiu que não faltariam recursos do governo federal para as obras do Hospital da Mulher e da Criança, e também para o Regional, construído às margens da BR-463.
O ministro teria alegado estar disposto a debater a questão da municipalização da saúde indígena, mas deixou claro que, na visão do governo, o modelo usado pelo país atualmente é caro e com pouca eficiência.
Risco de precarização
A proposta de Municipalização da Saúde Indígena é enxergada como algo negativo pelas comunidades, que consideram haver grande probabilidade de precarização dos serviços, atualmente federalizados.
Segundo as lideranças, os municípios não teriam capacidade de oferecer o serviço, principalmente os mais pobres, implicando na queda da qualidade da atenção básica à indígenas.
As lideranças citam a Lei 9.836/99, que determina à União o subsídio do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena. Segundo os manifestantes, a mudança também poderá proporcionar o fim da Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena) no Ministério.
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