A direção da AACC-MS (Associação dos Amigos das Crianças com Câncer) fará uma denúncia formal ao MPMS (Ministério Público Estadual) devido à recorrente falta de medicamentos e de dificuldade na realização de exames fundamentais para o tratamento de crianças e adolescentes com câncer no Hospital Regional de Mato Grosso do Sul.

De acordo com a entidade, há mais de um ano o Cetohi (Centro de Tratamento de Oncologia Infantil) tem enfrentado a falta de quimioterápicos de maneira regular. Um dos mais importantes para o tratamento da leucemia infantojuvenil é a Vincristina, cuja falta é determinante no tratamento das crianças assistidas.

Ainda segundo a AACC-MS, o acesso a exames laboratoriais também estariam prejudicados.

Tratamentos prejudicados

Pacientes com câncer em MS enfrentam problemas recorrentes para terem acesso aos tratamentos pela rede pública. Um dos serviços prejudicados é a radioterapia, que tem mais de 270 pacientes na fila aguardando atendimento. A situação se agrava porque, com o fim da assistência via SUS (Sistema Único de Saúde) na Santa Casa de Campo Grande, o Hospital do Câncer Alfredo Abrão é o único a realizar o tratamento dos pacientes regulados na região.

Isso porque o governo do Estado de Mato Grosso do Sul ainda não estabeleceu o serviço de radioterapia no HRMS (Hospital Regional), mesmo com verba do Ministério da Saúde destinada e equipamento doado.

Segundo site do Inca (Instituto Nacional do Câncer), sete locais atenderiam via SUS no Estado. HU (Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian), Hospital do Câncer Professor Dr. Alfredo Abrão, HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul), Hospital da Santa Casa, Santa Casa de Corumbá, Hospital Evangélico Dr.e Sra.Goldby King e Hospital Nossa Senhora Auxiliadora de Três Lagoas.

Entretanto, apenas duas unidades fazem o atendimento de novos pacientes no Estado, que são o Hospital do Câncer Alfredo Abrão e o CTCD (Centro de Tratamento de Câncer de Dourados).

Em nota, o governo informou que existe demanda reprimida em Campo Grande principalmente por conta do fechamento do serviço na Santa Casa. No entanto, antes mesmo do anúncio da interrupção do serviço, na semana passada, a fila já passava das duas centenas de pacientes.

Vale lembrar que, em março, o HRMS já havia sido alvo de denúncias de falta de remédios para quimioterapia, o que revela a recorrência da situação.