Restaurantes mantêm PF por ‘cincão’ para não perder clientela em Campo Grande
Com o preço dos alimentos em alta, comer fora traz vantagens
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Com o preço dos alimentos em alta, comer fora traz vantagens
O preço da comida fora de casa tem chamado a atenção em Campo Grande. Mesmo com a alta no custo dos alimentos nos mercados, os restaurantes preferem manter o preço mais baixo para conquistar a clientela. No centro da cidade, é possível encontrar PFs (pratos feitos) com valores entre R$ 5,00 a R$ 10,00.
Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), houve uma desaceleração no preço da comida fora de casa no Brasil. O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) confirma, o valor da refeição subiu menos que o custo dos alimentos em janeiro. No mercado, alguns itens têm alta visível, um exemplo é o tomate, com alta de 48,19% no último ano.
Ao passar pela Dom Aquino, a dona de casa Tereza Freitas não resistiu à tentação de provar um PF vendido a R$ 7,00. “Eu nem sou daqui, mas passando pela rua decidi entrar. Você fica desconfiada, mas a qualidade é boa”, conta. O valor da refeição pode até estar atrativo para o consumidor, mas os donos reclamam dos preços dos alimentos.
Lucinéia Castro é sócia de um restaurante no shopping do centro e nota a variação porque faz compras todos os dias. “Eu percebi que as verduras aumentaram muito [de preço], mas tem coisa que ficou mais barata, como o feijão. A gente vê quando muda, mas mantemos o nosso valor de sempre”. O restaurante tem uma filial na rua Barão do Rio Branco e está no mercado há mais de 20 anos. Segundo a sócia, o estabelecimento prefere vender a preços baixos para manter a clientela. O segredo é a quantidade de pratos vendidos, todos os dias são cerca de 1.500 PFs a R$ 5,00.
Um restaurante na rua Dom Aquino é outro que vende PFs a R$ 5,00. A proprietária Danielle Mendonça também não considera mudar o valor “Estamos neste endereço há quatro meses e vendemos 80 pratos por dia. Não podemos subir para não perder os clientes, tem que manter o preço”, conta.
A confiança mantém a clientela
O movimento enfraqueceu, mas alguns clientes se mantiveram fiéis pela confiança. À moda antiga, José Francisco Santana come no local quase todos os dias e anota o valor em uma ficha no caixa do restaurante. O estoquista paga após receber o salário do mês. “Agora aumentou um pouquinho mas eu vou continuar comendo aqui. Sempre que recebo, eu pago e dá cerca de R$ 140,00”.
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