Pular para o conteúdo
Cotidiano

Reintegração deve ocorrer nesta 2ª e indígenas temem novo ‘massacre’ em Caarapó

Em 2016, o indígena Clodiodi de Souza foi assassinado no mesmo local por milícia
Arquivo -
Compartilhar

Em 2016, o indígena Clodiodi de Souza foi assassinado no mesmo local por milícia

A Polícia Federal deverá cumprir nesta segunda-feira (9) ordem de reintegração de posse de terras atualmente ocupadas por indígenas Guarani-Kaowá em Caarapó, município distante cerca de 270 km de Campo Grande. Na localidade, há dois acampamentos – onde vivem mais de 5 mil indígenas – que buscam na retomada a conclusão da demarcações da Terra Indígena Dourados-Amambaipegua I.. Comunidades indígenas afirmam que a área foi desapropriada pelo antigo SPI (Serviço de Proteção ao Índio).

Reintegração deve ocorrer nesta 2ª e indígenas temem novo 'massacre' em Caarapó

As comunidades foram informadas da reintegração no último sábado (7), e apesar do temor da violência, destacam que vão resistir: os indígenas aguardam que o STF (Supremo Tribunal Federal) acate os recursos impetrados pela Funai (Fundação Nacional do Índio), que pedem a suspensão da reintegração. A análise está a cargo da ministra Cármen Lúcia.

Pesadelo revivido e impunidade

A possibilidade de que o uso da força durante a reintegração possa resultar em mortes traz à comunidade as lembranças de dois anos atrás, quando o indígena Clodiodi de Souza foi assassinado em episódio conhecido como ‘Massacre de Caarapó’. Na ocasião, cerca de 40 caminhonetes, com o auxílio de três pás carregadeiras e mais de 100 pessoas, muitas delas, armadas, retiraram à força um grupo de aproximadamente 40 índios Guarani Kaiowá da propriedade ocupada – que incide sobre a Terra Indígena Dourados-Amambaipeguá I.

Além do agente de saúde Clodiodi, outras oito pessoas ficaram feridas. Cinco fazendeiros da região, acusados de envolvimento no massacre, chegaram a ter prisão preventiva decretada pelo Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região e Superior Tribunal de Justiça (STJ). Após habeas corpus, a 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu pelo retorno dos fazendeiros à cadeia, em setembro de 2017.

Todavia, o TRF-3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região) concedeu, em novembro, novo habeas corpus aos fazendeiros investigados -isso após terem, em 2 de outubro de 2017, pedido de liberdade provisória negado.

Na última semana, a PF enviou de Brasília o delegado Luiz Carlos Porto para negociar a saída das áreas ocupadas, a fim de evitar a reintegração. Porém, lideranças indígenas confirmaram que vão resistir.

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais

Durante chuva forte em Campo Grande, asfalto cede e abre ‘cratera’ na Avenida Mato Grosso

Bebê que teve 90% do corpo queimado após chapa de bife explodir morre na Santa Casa

Com alerta em todo o Estado, chuva forte atinge Campo Grande e deixa ruas alagadas

Tatuador que ficou cego após ser atingido por soda cáustica é preso por violência doméstica

Notícias mais lidas agora

Menino de 4 anos morre após tomar remédio controlado do pai em Campo Grande

Pedágios

Pedágio em rodovias da região leste de MS fica 4,83% mais caro a partir do dia 11 de fevereiro

Vítimas temem suposta pressão para abafar denúncias contra ‘fotógrafo de ricos’ em Campo Grande

Morto por engano: Trabalhador de usina foi executado a tiros no lugar do filho em MS

Últimas Notícias

Política

‘CPI do Consórcio Guaicurus’ chega a 10 assinaturas e já pode tramitar na Câmara

Presidente da Câmara, Papy (PSDB) não assinou pedido da CPI após defender mais dinheiro público para empresas de ônibus em Campo Grande

Cotidiano

Decisão de Trump de taxar aço pode afetar exportação de US$ 123 milhões de MS

Só em 2024, Mato Grosso do Sul exportou 123 milhões de dólares em ferro fundido para os EUA

Transparência

MPMS autoriza que ação contra ex-PGJ por atuação em concurso vá ao STJ

Ação pode anular etapa de concurso por participação inconstitucional de Magno

Política

Catan nega preconceito após Kemp pedir respeito à professora trans

Fantasia de ‘Barbie’ da professora não foi considerada exagerada por outros deputados