Após alegarem insatisfação com as obras do Reviva , os lojistas ‘conseguiram' uma promessa de redução no tempo de obras por quadra na Rua 14 de Julho. Antes, o prazo era de 60 dias e agora, serão 32 dias. A partir desta sexta-feira (6), trecho entre a Rua 26 de Agosto e Sete de Setembro ficará interditado.

Nesta quinta-feira (5), 30 lojistas participaram de reunião na Associação Comercial de Campo Grande junto a representantes da Prefeitura Municipal e da empreiteira vencedora da licitação, a Engepar. O encontrou durou cerca de uma hora.

O diretor da associação e representantes dos lojistas frente ao Reviva, Nilson Carvalho, que também é comerciante no Centro da cidade, afirmou que a empreiteira se comprometeu em amenizar os impactos causados pelas obras e em reduzir o prazo de intervenção por quadra.

“A obra é completamente imprevisível, pode causar danos nos prédios ao cavarem buracos, porque embaixo tem esgoto, tem fibra ótica, tem um monte de problemas”, comentou ao Jornal Midiamax.

Os comerciantes temem a queda nas vendas, que segundo o CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas), já caiu em 70%. “Eles prometeram que em cada vez que houver um problema, vão tentar resolver. Quando começou a obra, o prometido era de 60 dias de obra por quadra, agora é de 32”, disse Nilson.

A assessoria de imprensa da CDL informou que não foi convidada a participar da reunião, mas afirmou que algumas promessas apresentadas pela coordenação não estão sendo cumpridas. “A CDL Campo Grande entende que quanto menos tempo de obra, melhor para os lojistas, por isso vê esta informação com bons olhos. No entanto reforça que muito do que foi apresentado pela coordenação do projeto, no início, para convencer os lojistas, não está sendo cumprido na execução, causando grandes transtornos”, diz nota.

A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa do Reviva Campo Grande, mas ligações não foram atendidas.

Prejuízo

Segundo comerciantes da região da 14 de Julho com a rua Maracaju, as obras já impactaram as vendas com uma redução de até 70%.

Em nota, a CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas) afirma que as obras causam transtorno na região e que os comerciantes haviam se preparado para o fechamento e diminuição do movimento de clientes apenas no próximo ano. “Lojistas de repente se viram no meio do caos, com máquinas, buracos e sujeira em frente as suas lojas, fato que afastou os clientes”, afirma.

A Prefeitura propôs ações para minimizar o impacto das obras, como reuniões para informar o andamento e cronograma, implantação da sinalização visual para que os clientes sejam estimulados a fazerem compras mesmo com as obras, eventos de venda periódicos, com fechamento de ruas e atrações culturais, além de campanha de estímulo ao comércio na região central.

Os lojistas ainda fazem reivindicações, como o apoio para negociação dos pagamentos de contas de água, luz e telefonia, além da redução das taxas da administração municipal durante o período de obras.

Até o Natal

o prefeito Marquinhos Trad (PSD) afirmou, durante agenda pública no último dia 2, que o planejamento do município é garantir que as obras do Reviva Centro não atrapalhem as vendas de fim no comércio da região.

“A mudança no planejamento para acelerar as obras e aproveitar esse período de estiagem. Para que até o final de Outubro todo esses pontos que passam pelos lojistas fiquem prontos, para que novembro, (ou) em dezembro eles tenham as vendas deles de Natal”, prometeu o prefeito.

Obras

O trecho de 1,4 km que parte da Avenida Fernando Correia da Costa até a Avenida Mato Grosso receberá, ao custo de R$ 4,6 milhões, novas intervenções de drenagem. A rua será completamente recapeada, ao custo de R$ 1,3 milhões, assim como terá modernização das redes de água e esgoto (R$ 1,5 milhão).

Após reclamações de comerciantes, prazo para obra do Reviva cai pela metade
Foto: Divulgação/PMCG)

As calçadas serão padronizadas, alargadas e receberão acessibilidade para pessoas com deficiências ou dificuldades de locomoção (R$ 2,4 milhões). Sinalização, paisagismo e iluminação pública refletirão investimentos de R$ 1,8 milhão, R$ 1,4 milhão e R$ 2,4 milhões. O mobiliário urbano, que inclui bicicletários, bancos, lixeiras,, defensas, vasos e murais terão investimento de R$ 1,7 milhão.

Vale lembrar que metade dos investimentos, cerca de R$ 27,7 milhões, serão destinados a substituições da rede “aérea” de energia elétrica para a rede subterrânea. O projeto também prevê a instalação de rede wi-fi gratuita para as pessoas que passeiam ou fazem compras nas lojas localizadas na 14 de Julho. Haverá também a instalação de 11 placas eletrônicas com GPS para auxiliar os pedestres.