A já começa a atingir a mesa do consumidor. Na Ceasa (Centrais de Abastecimento de Mato Grosso do Sul) de Campo Grande, já falta batata, cenoura, salsão, beterraba, alface americana e laranja.

Segundo a Ceasa, 84% dos produtos comercializados no local vêm de outros estados. Mato Grosso do Sul é responsável por apenas 16% dos produtos vendidos lá.

O preço dos produtos na Ceasa prova que não só os combustíveis foram afetados pela escassez: o saco de batata, que geralmente custa R$ 90, chegou a R$ 290, uma alta com uma inflação de 332%. A cenoura, antes de acabar nos estoques, aumentou de R$ 30 para R$ 92 e a beterraba de R$ 35 para R$ 70.

Segundo funcionários do local, apenas folhas têm o reabastecimento garantido porque são fornecidas por produtores locais da Capital. “Alguns produtos, como as folhagens, ainda têm produtores aqui que fazem o abastecimento, como a salsinha, cebolinha, cheiro verde, mas os outros produtos vêm de São Paulo e estão parados nos bloqueios”, afirma o funcionário Paulo Fiusa, de 34 anos.

Jeferson dos Santos Zaria, de 43 anos, também trabalha na Ceasa e afirma que vários produtos estão em falta, mas que a procura dos consumidores também diminuiu. Ele afirma que o último caminhão com mercadorias chegou à Ceasa clandestinamente e que, mesmo que a greve acabe, ainda vai demorar a repor os estoques.

“Vai levar um tempo para reestabelecer, nos caminhões que estão parados o produto já não presta, o único que talvez dê para salvar é o melão porque ele dura mais. Mesmo que termine a greve amanhã, ainda vai uma semana pra repor o estoque”, diz Jeferson.

A AMAS (Associação Sul-Mato-Grossense de Supermercados) afirmou em entrevista que os estoques duram até o sábado (26) e que os mercados não devem aumentar os preços por conta dos desabastecimentos. Com a alta nos preços dos hortifrútis na Ceasa, ainda não há informações se a inflação será refletida no preço final ao consumidor.