Funcionários deram depoimento a jornal norte-americano

Funcionários de alto escalão da Uber relataram ao jornal The New York Times uma série de estratégias utilizadas pela empresa para burlar a fiscalização de autoridades.

Segundo os denunciantes, a empresa possui um sistema integrado ao aplicativo chamado de Greyball, que serve justamente para ludibriar usuários ligados a agentes públicos ou concorrentes.

O Greyball funcionaria da seguinte forma: a Uber atualizaria um banco de dados de usuários que estão investigando a empresa, colocando esses usuários dentro do sistema.

Os funcionários de municípios ou agentes fiscalizadores então pedem os carros da Uber, para fazerem suas fiscalizações, mas o Greyball substitui todos os ícones de carros que aparecem no aplicativo por carros falsos, ou então informa que não há carros disponíveis.

De acordo com os funcionários, esse sistema de fuga das autoridades começou a ser utilizado em 2014, e vêm sendo utilizado até hoje. O Greyball possui listas de agentes de poderes públicos em doze países, segundo o New York Times.

A fuga das fiscalizações ocorre principalmente porque os serviços da empresa não possui regulamentação na maioria das cidades onde é implantado. O Greyball então é utilizado para evitar prejuízos da empresa com retalhações do poder público.

Em nota, a Uber diz que “esse programa nega atendimento a usuários que estejam violando os nossos termos de serviço – quer se trate de pessoas que podem ferir os motoristas, de concorrentes que desejem perturbar nossas operações ou de oponentes em conluio com as autoridades para operações cujo objetivo é apanhar motoristas em flagrante cometendo violações”.

Desde que começou a rodar no mercado, a Uber já se expandiu para 70 países e chegou a ser avaliada em 70 bilhões de dólares. Fiscalizações e apreensões de carros de motoristas irregulares geram prejuízos a empresa avaliados na casa dos milhares.

(com supervisão de Ludyney Moura)