TCE-MS promove reflexão sobre igualdade racial na Escoex
Reuniu servidores da Corte de Contas e convidados
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Reuniu servidores da Corte de Contas e convidados
Uma palestra realizada na Escola Superior de Controle Externo (Escoex) na tarde desta segunda–feira com o tema “Trabalho, rendimento e escolaridade da população negra”, lembrou o dia da Consciência Negra, comemorado no dia 20 de novembro. O debate, que reuniu servidores da Corte de Contas e convidados, foi conduzido pelo professor e analista sócio econômico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Jefferson Mariano, que apresentou os principais indicadores sociais relativos à população negra, obtidos pelo IBGE, bem como os bancos de dados disponíveis para a obtenção dessas informações.
Segundo ele, a realidade quanto à inserção no mercado de trabalho e remuneração ainda é muito complicada. “Os negros ocupam as vagas de trabalho que exigem menor qualificação e não porque eles não são qualificados, mas sim porque essas vagas não estão disponíveis para eles. A indústria da construção civil e os serviços domésticos são, majoritariamente, ocupados pelos negros”.
Outro dado importante apresentado pelo analista do IBGE foi quanto à presença dos negros nas universidades. Segundo ele de 2007 até hoje houve um aumento expressivo, mas isso não refletiu no mercado de trabalho. “Educação é fundamental para trabalhar a mudança de valores da sociedade brasileira, mas, existe também o eixo legal que precisa ser fortalecido. Nós não temos negros ocupando cargos de chefia, de direção, e dessa forma não conseguimos formar uma cultura de que existem oportunidades, ficando apenas com as exceções”.
A professora Bartolina Ramalho Catanante, presidente do Grupo Trabalho Estudos Zumbi (TEZ), que há 33 anos atua na luta, pesquisa, resistência e trabalho em prol da discussão da igualdade racial ressaltou que “o dia 20 de novembro é um momento para chamar a atenção e se pensar o que está faltando para a população negra e o que pode ser feito para reverter esse quadro”.
O dia da Consciência Negra foi estabelecido pelo projeto de lei número 10.639, no dia 9 de janeiro de 2003. Foi escolhido o dia 20 de novembro, pois foi neste dia, no ano de 1695, que morreu Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares. A homenagem a Zumbi foi em razão do mesmo ser um personagem histórico que representou a luta do negro contra a escravidão, no período do Brasil Colonial. A criação é considerada importante para a conscientização e reflexão sobre a importância da cultura e do povo africano na formação da cultura nacional.
O palestrante
Jefferson Mariano é graduado em sociologia e ciência politica pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, mestre em economia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e doutor em desenvolvimento econômico pela Universidade Estadual de Campinas. Atualmente é docente na Faculdade Cásper Líbero nos cursos de Jornalismo; Publicidade e Propaganda e Relações públicas na disciplina: Realidade Sócio econômica e Política Brasileira e tecnologista em Informação Geográfica e Estatística do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) desde 2002.
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