Muro da gentileza no Colibri: deixa quem pode e pega quem precisa

Próximo muro será de café da manhã com  livros

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Próximo muro será de café da manhã com  livros

“Quem precisa, pegue. Quem não precisa, deixe”. Este é o lema do Muro da Gentileza, criado há quase três anos por dona Marina Ribeiro dos Santos, uma baiana de 70 anos, que há 54 vive em Campo Grande espalhando generosidade por onde passa. No bairro Colibri 2, o muro da casa dela é bastante conhecido pela variedade de roupas que diariamente são penduradas ali.

A ideia é bem simples. Quem tem roupa para doar, basta passar pela rua Gracy Kelly, número 228, e deixar as doações dentro do caixote que fica posicionado na calçada. Depois, dona Marina mesmo se encarrega de arrumar tudo, selecionar as peças em boas condições de uso e pendurar cada roupa nos pregos do muro.

Todas as peças ficam disponíveis para quem quiser pegar e levar para casa, sem precisar pagar um centavo. Tudo é recebido como doação e assim é passado para frente, sem custo.

A primeira leva de roupas que foi para o muro saiu de dentro do armário de dona Marina. “Eu vi essa ideia na Pestalozzi e decidi fazer aqui na minha casa. Juntei o que não me faria falta e comecei a expor aqui”, conta.

Depois de quase três anos, a história da gentileza se espalhou e, hoje, o muro recebe roupas e apoio de vários vizinhos e também de pessoas de outros lugares da cidade. Enquanto a equipe de reportagem do Midiamax estava no local, o presidente da ONG Som e Vida, Daniel Duarte, 39 anos, passou por lá e deixou no caixote um saco com várias peças para comporem o muro nesta semana. “A gente recebe muita doação na ONG e sempre trago um pouco pra cá, pra ajudar também”, conta.

Próximo projeto

E o sonho de dona Marina não para por aí. Em janeiro, ela quer colocar outro projeto em prática: o muro do café da manhã e da biblioteca. “Vou ofereceu café e chá com um pão com manteiga, todos os dias, das 7h às 10h, para quem precisar comer. E vou colocar prateleiras aqui também, para colocar livros para as pessoas poderem ler”, explica, apontando para o muro da casa da frente, onde o filho dela mora.

 Mas para os planos saírem do papel definitivamente, dona Marina precisa colorir este novo “Muro da Gentileza”. “Preciso encontrar alguém que faça esse trabalho artístico”, conta.

Além dos muros

Dona Marina é daquelas pessoas que é pura inspiração, nos faz acreditar no ser humano e em um mundo melhor, com mais amor ao próximo e solidariedade. E a história desta baiana, que se enraizou em Mato Grosso do Sul, está muito além dos muros.

Ela é cuidadora de idosos e conhecida por sempre fazer o bem. E a ideia do muro do café da manhã surgiu há muitos anos, quando os filhos ainda eram crianças. “Eu juntava tudo a gurizada daqui do bairro e servia um lanche para todo mundo, aqui dentro da minha casa”, lembra, mostrando as fotos de antigamente.

Mãe de 12 filhos biológicos e de quatro adotivos, dona Marina é um livro recheado com histórias de boas ações. “Enquanto vida eu tiver, vou ajudar quem precisar e o quanto eu puder”, afirma a cuidadora de idoso. 

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