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Cotidiano

Moda da ‘pizza de semáforo’ se espalha pelos cruzamentos de Campo Grande

Empreendimento agrada consumidor, mas precisa de autorização
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Empreendimento agrada consumidor, mas precisa de autorização

Virou moda nos principais cruzamentos de a presença de vendedores que oferecem pizzas semiprontas. É a partir das 17 horas que muitas pessoas saem do trabalho ou escola e encaram o caminho de volta para casa. A nova ‘modalidade de negócio’ aproveita o movimento nos semáforos e a necessidade de praticidade cada vez maior, mas exige cuidados.

Uma das empreendedoras conta que começou há 3 meses com a família. Atualmente, são pelo menos 120 pizzas vendidas diariamente nos começos de mês, e 80 por dia no fim do mês, mas o número pode ser ainda maior. “Tenho conhecidos que já venderam 200 pizzas em um dia”, conta a vendedora.

Segundo ela, o empreendimento começou por necessidade de complementar a renda. Ela já tem um salão de beleza, mas o movimento começou a cair e precisou complementar a renda. “A ideia veio em um churrasco quando a gente estava pensando no que poderíamos fazer para ganhar dinheiro. Foi aí que um amigo contou que estava fazendo pizzas pra vender. Eu pensei nisso e falei pro meu irmão pra gente montar”, diz.

A novidade logo ganhou clientela entre os motoristas, já que as pizzas são vendidas semiprontas a R$ 10, mas enfrenta resistência de alguns. A vendedora conta que já teve gente rejeitando a pizza por ser vendida na rua, mas, diz que, no geral, recebe mais elogios que críticas.

Sobre o preparo dos alimentos, a vendedora garante que todos os cuidados são tomados. Além do cabelo preso na hora da venda, as pizzas são embaladas em filme de PVC para conservar melhor o alimento, e ficam dentro de embalagens fechadas de pizza, para não ter contato com as mãos.

“A gente compra o material todo dia de manhã, começa a montar às 13 horas, termina às 15 horas, se arruma e vem vender a partir da 16h30. É tudo fresco. Depois que monta as pizzas, a gente nem leva à geladeira para não ter problema de depois voltar em temperatura ambiente” explica a vendedora.

Ela ainda ressaltou a escolha dos sabores e como faz a montagem dos alimentos. “São só Calabresa e Marguerita porque não vai nada que estrague tão rápido. É uma coisa mais segura de se fazer” esclareceu a vendedora. “Fui atrás de um amigo nosso que tem pizzaria e ele que ensinou a gente a montar. Ele ensinou a manusear os alimentos e ele falou que eram esses dois tipos de sabores que nós poderíamos fazer, que não iriam estragar facilmente” concluiu.

E a qualidade foi aprovada pelos próprios consumidores. No semáforo, um motorista comprou a pizza com satisfação. “Já tinha comprado uma vez e as crianças gostaram”, diz um condutor que explicou gostar da praticidade e do preço.

Pouco depois, uma senhora prometeu à vendedora que compraria no dia seguinte. “Eu já comprei uma vez e estava ótima”, recomendou. Sobre a qualidade do produto, ela disse que confia porque ‘é bem embalada’.

Outra condutora recusou a pizza, mas não foi por receio. “Eu não tive oportunidade ainda. Este não é o caminho de casa, por isso que ainda não comprei”. Questionada sobre se duvidava da qualidade, a resposta foi não. Segundo a cliente, chama a atenção a força de vontade do grupo. “Existe mercado para todos”, avalia.

Para a vendedora, as pizzas são uma necessidade para se manter com a família. “Não tem dinheiro no bolso, então a gente tem que se virar. Não tem jeito” contou.

O que dizem as autoridades e especialista

Mas, nem tudo é perfeito no ‘modelo de negócio’ das pizzas vendidas nos semáforos. Segundo a nutricionista de produção de alimentos, Ester Souza dos Santos, a venda na rua oferece riscos para os consumidores. Como são várias pessoas que vendem, cada uma a seu jeito, o padrão de qualidade não é garantido.

Segundo a especialista, é importante ter alguns cuidados na hora de comprar o alimento e observar algumas características. “O consumidor deve sempre observar a coloração e o cheiro dos ingredientes e deve questionar o dia de produção e a validade” explicou.

Ela ainda ressaltou que não é recomendado que o alimento fique mais de 2 horas em temperatura ambiente. A nutricionista ainda chama a atenção para alguns problemas que podem ocorrer, caso o alimento não esteja adequado.

“A pessoa pode apresentar alguns sintomas com diarreia, vômito, febre e distensão abdominal. Esses sintomas podem aparecer até 3 dias depois do consumo”, explicou. Para a especialista, nada substitui a atenção do comprador. “O consumidor deve ter esse controle de qualidade”, concluiu.

Sobre vender na rua, a Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano) esclarece que ‘é vedada a utilização dos logradouros públicos para atividades diversa daquelas permitidas neste código’, informando o artigo 5º da Lei 2.909 de 1992, que institui o Código de Polícia Administrativa do Município.

A Semadur informou em nota que não há amparo legal e que a pessoa flagrada realizando a venda pode ser notificada pela fiscalização. Em caso de descumprimento, pode haver sanções legais que incluem a apreensão da mercadoria.

Segundo o Código de Polícia Administrativa do Município, o artigo 54 é vedado, primeiro parágrafo, é vedado “produzir, fabricar, transformar, preparar, manipular, embalar ou reembalar, armazenar ou vender alimentos sem registro, licença ou autorização do órgão municipal competente”.

A reportagem entrou em contato com a administração municipal sobre a prática, e aguarda retorno.

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