Tem poste que só fica apagado à noite
Falta iluminação à noite, mas em Campo Grande tem poste com a luz ligada durante o dia. E tem moradora que há 13 anos vive no escuro, mas é obrigada a pagar a taxa da iluminação pública. Esses são alguns dos absurdos envolvendo a tarifa, que o consumidor terá que pagar duas vezes. Isto porque além da parcela mensal, todos vão ter que pagar a cobrança retroativa, relativa aos seis meses em que a cobrança ficou suspensa.
Na conta de luz de Maria Rita Pontes deste mês consta a cobrança de R$ 22,96 de Contribuição para o Custeio da Iluminação Pública dos Municípios (Cosip). No entanto, durante os 13 anos em que mora na Rua do Yen, próximo ao Rádio Clube, não tem luz em frente de casa. “Aqui tem um poste, mas ele não tem nem a braçadeira”, diz.
O poste de luz mais próximo também vive com a lâmpada apagada. “Eu sempre ligo para a Energisa, mas eles demoram para arrumar e ficamos no escuro. Já liguei umas três ou quatro vezes e eles só respondem que o pedido está registrado, não dizem quando vão arrumar”, conta Maria Rita. Por causa do breu, ela teme pela segurança dela e dos filhos, que moram na mesma casa.
Já no condomínio Ecoparque 1, no Jardim Veraneio, tem um poste em que não falta luz, durante o dia. Já à noite… ele fica apagado. O problema chegou a ser resolvido pela concessionária de energia no mês passado, segundo a moradora Ariadne Bracco, no entanto, voltou a ocorrer há cerca de duas a três semanas. “Chamei a Energisa para resolver outro problema, na luz da minha casa, e aí avisei do poste. Eles subiram, mexeram, e arrumaram, mas depois voltou a ficar assim: aceso durante o dia e apagado à noite”, disse.
Outro absurdo da falta de iluminação pública acontece na Rua Wilson Rodrigues de Almeida, no Jardim Nova Jerusalém. Lá são sete postes sem iluminação e apenas dois com lâmpadas funcionando, segundo a moradora Maria Socorro de Matos. “A gente nem sai de casa na madrugada, com medo de sermos assaltados”, conta.
Segundo o prefeito Marquinhos Trad, Campo Grande possui 145 mil postes, 115 deles com lâmpadas. Ele afirma que quando assumiu a prefeitura, em janeiro, haviam 37 mil lâmpadas sem funcionar e 25 mil foram trocadas. Na sexta-feira (23), ele participou de uma audiência pública na Câmara Municipal para falar sobre a Cosip.
Vereadores dizem que falta transparência para saber quanto é arrecadado e gasto com a iluminação pública em Campo Grande.