Procura por filhos no MS não passou de um “delírio” de Rosevaldo Cury que em tratamento contra as drogas.

 

Os dois filhos do ex-presidiário Rosevaldo Cury de Oliveira morador na cracolândia de São Paulo, estão morando em um abrigo para menores na cidade de Mauá (SP). A informação é do gerente comercial Bruno Luis Leibholz, da ONG “Dando Sopa” que fez um apelo nas redes sociais para encontrar os filhos de Rosevaldo.

Bruno disse ao Midiamax que conservou com Jurema Cury do Nascimento, tia de Rosevaldo que contou a verdadeira história sobre as crianças. O menino de oito anos e a menina de nove estão morando no abrigo enquanto espera alguém interessado em adotá-los.

Jurema contou para Bruno que na época em que o sobrinho e a mulher dele abandonaram as crianças ficou sensibilizada com a situação e acabou ficando com os filhos do casal que vivia embriagado e sob efeito de drogas. A justiça acabou tirando do casal a guarda dos filhos que ficou inicialmente sob o poder da tia Jurema.

Bruno afirmou que Jurema preferiu não adotar as crianças temendo que Rosevaldo e sua mulher Taiane conseguir retomar a guarda. Segundo Jurema disse o militante da ONG a justiça chegou a proibir os pais de terem acesso às crianças devido a falta de condições para cuidá-los.

Conforme relato de Bruno Luiz, Rosevaldo começou a beber aos oito anos de idade e ainda na infância foi abandonado pelo pai. Passou a usar todos os tipos de drogas e foi preso por cometer vários delitos. Com o passar do tempo, Rosevaldo, se reparou da mulher, perdeu a guarda dos filhos e passou a morar na cracolândia.

Atualmente está fazendo Rosevaldo, conforme afirmações de Bruno, não está consumindo álcool e nenhuma outra substância psicotrópica. “Ele está recebendo tratamento no CAPS do bairro Ipiranga e ficou com sequelas severas por conta do prolongado tempo consumindo drogas”, disse Bruno acreditando que o fato de Rosevaldo estar procurando seus filhos em Mato Grosso do Sul não tenha passado de um “delírio”.

REVISITANDO A HISTÓRIA

O ex-presidiário, dependente químico e morador da cracolândia de São Paulo, Rosevaldo Cury de Oliveira de 41 anos, depois de levar uma vida conturbada, se arrependeu de ter abandonado seus dois filhos e agora quer reencontrá-los em .

Com a “boa intenção”de ajudar o pai a encontrar os filhos, o gerente comercial Bruno Luis Leibholz membro da ONG “Dado Sopa” encontrou Rosevaldo perambulando pelas ruas do Bairro Ipiranga em São Paulo e acabou causando desinformações e desencontros.

Rosevaldo ao dizer que era pai de Emily Victória Cury de Oliveira e de Guilherme Cury de Oliveira complicou mais ainda a sua conturbada história. Guilherme que é advogado em Campo Grande, disse ao Midiamax que Rosevaldo não é pai pelo simples fatos de ter 32 anos de idade, dez a menos que o suposto pai. O Midiamax não conseguiu localizar Emily.

Acontece que Rosevaldo e sua ex-mulher Taiane Oliveira Santos perderam a guarda dos filhos por não terem condições, financeiras, morais e psicológicas para cuidar das duas supostas crianças. Em 2013 a Justiça de São Paulo colocou as crianças em um abrigo já que os pais eram usuários de drogas, não tinha residência fixa e muito menos trabalho.

A história que Rosevaldo contou para o pessoal da ONG “Dando Sopa” é um pouco desencontrada e dificulta ainda mais a localização da sua ex-mulher e dos dois filhos que hoje seriam adolescentes.

Rosevaldo já teve seu momento de fama. Ele é um dos personagens do documentário Projeto Memórias de Heliópolis produzido em 2011 e que retrata o cotidiano e a vida simples dos moradores da favela que leva o nome do filme.

Justiça

Na decisão proferida pelo juiz Edson Chuji Kinashi, do Juízo da Infância e Juventude do Foro Regional do Bairro Ipiranga em São Paulo, em três de dezembro de 2008, ele esclarece que “a criança foi apresentada inicialmente ao abrigo Bakita e posteriormente passou a viver no Lar de Elisinha, localizado no Ipiranga, com enfermidades, tais como, rotavirus, sinusite, etc, o que nos leva a crer que recebia maus tratos por parte de seus pais e passou a apresentar uma saúde fragilizada”.

Na sentença o magistrado afirma que “já sob os cuidados do lar, o menor foi entregue aos requerentes. Na época em que o menor esteve no abrigo, os pais foram intimados para comparecer e depois de muito tempo somente a mãe compareceu, onde recebeu permissão para visitar o filho no abrigo, mas nunca compareceu”.

Conforme a decisão judicial a mãe da criança tinha outro filho menor que também não se encontrava sob seus cuidados e estava grávida de outra criança, sendo que há relatos de que ela era dependente do uso de drogas. Conforme dados da ação o pai Rosevaldo, além de nunca ter comparecido, encontrava-se preso no CDP de Vila Prudente, respondendo por roubo.

Com isso o juiz, em 2008 tomou a decisão já que Rosevaldo e Taiane não tinham condições de criar e educar a criança. “Além disso, nunca demonstraram qualquer interesse pela criança, revelando uma atitude totalmente negligente em relação ao infante, motivo pelo qual a destituição do poder familiar é medida que se impõe”, finalizou o juiz.

Que ressaltou na época “que os avós da criança também não querem a guarda da criança, pois não querem assumir tal responsabilidade: O juiz afirmou na sentença de 2008 que os pais nunca apareceram reivindicando qualquer direito, pois o menor já estava disponível para adoção e residia em abrigo da cidade de São Paulo há aproximadamente um ano com fundamento na Lei 8.069/90″.