Eles reivindicam reforma agrária

Cerca de 350 famílias ligadas ao MAF (Movimento da Agricultura Familiar) ocuparam a Fazenda Colina, às margens da BR-262, no km 518, entre as cidades de Aquidauana 143 km de Campo Grande – e Anastácio – 134 km de Campo Grande. A intenção, conforme explicaram “é chamar a atenção do poder público para a reforma agrária”.

A fazenda foi ocupada no sábado (29). Um dos coordenadores do MAF, Argeu Barreto, afirma que além dos agricultores, parte da fazenda é ocupada por índios. Ele declarou que o proprietário e um oficial de justiça já pediram que as famílias deixassem o local, e na recusa, temem que haja confronto.

“O proprietário veio, o oficial veio. Está chegando camionete toda hora, está se prontificando a ter o confronto, não sei o que vai acontecer. Nós mobilizamos outros acampamentos no Estado, na região do conesul, em Nova Alvorada do Sul, em Campo Grande, Terenos, estão todos mobilizados, se acontecer um confronto aqui vai acontecer outras ocupações”, comentou.

As famílias exigem a presença de representantes do Incra (Instituto nacional de colonização e reforma agrária) e do MPE (Ministério Público Estadual).

Fazendas de lama?

O movimento acusa a propriedade de integrar a lista de fazendas investigadas no âmbito da Operação Lama Asfáltica. Argeu afirmou que a fazenda “está cheia de dívidas”. “Nós reivindicamos a reforma agrária no Estado. Essas áreas nós reivindicamos que elas sejam vistoriadas e destinadas à reforma agrária. O processo de reforma agrária está parado. É por isso que estamos fazendo essa ocupação, pra chamar atenção no poder público”.

O grupo vive acampado às margens da rodovia há 4 anos, segundo explicou o coordenador do MAF. “Nós vivemos no acampamento da BR-262, já tem uns 4 anos. Alguns moradores saem para trabalhar, fazem diárias nas chácaras para ter o seu sustento. Muitos plantam à beira da BR, alimentos para sobreviver, alguns criam galinhas, porcos, é um acampamento consolidado”.