Categoria participa de audiência pública 

Os taxistas auxiliares, que trabalham pagando diária aos donos de táxis, participam nesta terça-feira (14) de audiência pública na Câmara Municipal de Campo Grande. Para os trabalhadores, a entrada de aplicativos de transporte como a Uber e a falta de alvarás, pode causar o fim da categoria. 

“Tem gente que saiu de auxiliar para ir para o aplicativo, não deu certo e acabou voltando. Em dois ou três meses vamos entrar em extinção e migrar para outras áreas”, afirma o Erivaldo Lima, representante dos ‘Curiangos’, como também são chamados os auxiliares. 

Lima diz que os auxiliares tem recebido, em média, R$ 40 a 50 por dia, já que precisam pagar ao dono do alvará e entregar os carros limpos, valor que não compensa a atividade. A categoria se reuniu na última segunda-feira (13), para decidir representantes e buscar uma forma de enfrentar a situação. 

A concentração de alvarás nas mãos de poucos permissionários também é criticada pelo representante. Segundo ele, muitos esperam há mais de 15 anos por alvarás, que tiveram a última concessão feita ainda na gestão do ex-prefeito Nelson Trad filho (PTB). 

“Precisam de pelo menos 300 alvarás. São 680 auxiliares cadastrados na Ageran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito). Se  liberar mais alvarás vamos ganhar mais e as corridas vão ficar mais baratas para os passageiros”, diz. 

Outro problema apontado por Lima é a falta de fiscalização da Agetran. Segundo ele, pela lei, 20% dos alvarás são concedidos às mulheres, mas, sem fiscalização, muitas são usadas como laranjas. Elas emprestam o CPF (Cadastro de Pessoa Física) e o alvará vai parar nas mãos de maridos e de outros homens. 

Foto: Cleber Gellio