Voluntários reclamaram não ter apoio nem de ruralistas
Um grupo com aproximadamente 35 pessoas do Instituto Plínio Corrêa de Oliveira, realizou na manhã deste sábado (6), uma manifestação no cruzamento da Rua Rui Barbosa com a Avenida Afonso Pena, em Campo Grande. Com gaitas de fole, bandeiras e vestindo um fardamento, eles divulgaram o livro “Tribalismo Indígena, ideal comuno-missionário para o Brasil no século XXI”, escrito há 40 anos.
A obra é contrária à demarcação de terras indígenas no Brasil e denuncia a chamada corrente neomissionária esquerdizante que se opõe a civilizar e catequizar os indígenas, e prega uma espécie de “luta de classes”.
O grupo, intitulado Caravana Terra de Santa Cruz é de São Paulo e roda o Brasil difundindo a posição contrária às demarcações. De acordo com o coordenador Guilherme Martins, o Instituto “trabalha pela preservação dos princípios católicos e pelo direito à propriedade”.
Martins afirma que o posicionamento do grupo é de que “a demarcação de terras não é boa para os indígenas, pois, eles não têm condições de produzir da mesma forma que os ‘legítimos proprietários’”. O coordenador cita como exemplo supostamente mal sucedido a terra indígena Raposa Serra do Sol, que foi demarcada entre 2008 e 2009, e que segundo a visão do grupo não teria sido bem sucedida e estaria sendo degradada.
O coordenador da caravana disse ainda estranhar “a apatia dos proprietários de terra, que na maioria das vezes, não lutam, como deveriam para manter a sua propriedade”. Segundo Martins, o grupo está em Campo Grande desde a última quinta-feira e não foi procurado por nenhum produtor rural do estado.
O livro divulgado pela Caravana Terra de Santa Cruz foi escrito pelo Plínio Corrêa de Oliveira com colaboração Nelson Ramos Barreto e Paulo Henrique Chaves. Cada exemplar é vendido ao preço simbólico de R$ 10 para ajudar nas despesas do grupo e difundir a visão do instituto. Sobre o livro, o grupo diz que mesmo editado há 40 anos, “continua atual”.
Plínio de Oliveira
Plínio Corrêa de Oliveira (1908-1995) foi um líder intelectual católico brasileiro, mais conhecido por ser o principal fundador e primeiro presidente do Conselho Nacional da Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família, e Propriedade (TFP).
Por meio da TFP procurou combater o comunismo e o progressismo religioso conforme a orientação romana de então com os princípios defendidos por ele em seu principal livro “Revolução e Contrarrevolução”.
A obra trata do processo de afastamento do Ocidente da influência do Catolicismo, desde a Revolução Protestante, Revolução Francesa e a Revolução comunista, define as características metafísicas da “Revolução” como o igualitarismo e o liberalismo, suas fases, sua profundidade, sua meta, e propõe métodos de ação contrarrevolucionária, explicando as características da “Contrarrevolução”.