Taxistas e mototaxistas se unem em ‘buzinaço’ contra Uber na Capital

Cerca de 300 taxistas participaram de manifestação

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Cerca de 300 taxistas participaram de manifestação

Cerca de 300 veículos de táxi além  de mototaxistas fazem uma manifestação contra o Uber em Campo Grande nesta quarta-feira (7). Os motoristas fizeram um buzinaço na Av. Afono Pena, descendo a pista no sentido Shopping – Bairro.

O protesto começou nesta manhã em frente à Cidade do Natal e persistiria em carreata até o CMO (Comando Militar do Oeste), mas parou antecipadamente em frente ao Hotel Gaspar. No centro, a quantidade de veículos chegou a paralisar o trânsito por cerca de 10 minutos.

O serviço do Uber tem sido questionado recentemente pela administração municipal. O Prefeito Alcides Bernal declarou que a Uber iria passar por uma ‘fiscalização intensa’, o que revoltou usuários do aplicativo e animou os taxistas.

O presidente do Sintaxi (Sindicato dos Taxistas de Campo Grande), Bernardo Quartim, explicou que o protesto uniu donos de alvará de pontos de táxi e auxiliares do serviço, que não possuem o alvará. “Nesse protesto tá todo mundo junto contra a Uber”, disse.

Os taxistas e mototaxistas pedem a aprovação da PL 530/2015, no Congresso Nacional, que regulamenta o uso de aplicativo pra transporte privado em todo o país. “Com a aprovação desse projeto vai ser disciplinado o uso do aplicativo e o poder público vai poder fazer a fiscalização da maneira mais efetiva”. Eles esperam que a PL seja uma resposta tanto a classe dos taxistas mas também para a sociedade, que “vem sendo lesada de uma maneira absurda”, segundo Bernardo.

Com a entrada da Uber aqui em Campo Grande, Bernardo disse que houve uma queda “não tão significativa” nas operações de táxi. “Nós estamos investindo na melhoria do serviço para a população”, disse o sindicalista, o que seria uma maneira de compensar a concorrência. 

Quanto ao questionamento na Justiça sobre as fiscalizações feitas pela Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), Bernardo disse que não há nada ilegal na atitude da Prefeitura. “A Agetran não está sendo abusiva pois está cumprindo com seu dever de fiscalizar o transporte em CG. Esses operadores do Uber estão atuando de forma ilegal e clandestina, sem nenhuma regulamentação do Poder Público”.

A carreata é acompanhada por uma equipe da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito).
Um VÍDEO gravado pela equipe do jornal mostra o momento em que os taxistas fazem o buzinaço contra o transporte privado da Uber.

Custo Táxi x Uber

Na comparação entre os preços praticados pela Uber e táxis da Capital, é possível notar diferença de até 250%. Nos carros privados, a chamada custa R$ 2,50 e o quilômetro rodado custa R$ 1,10, mais adicional de R$ 0,15 por minuto. Enquanto nos táxis a chamada chega a R$ 4,50 e o quilômetro R$ 2,80 na bandeira 1 e R$ 3,20 na bandeira 2. Os carros do aeroporto praticam preço ainda maior, a chamada custa R$ 8,75. 

Bernardo explica que isso ocorre pois a manutenção de um táxi possui um custo muito superior a de um carro comum, pois os veículos rodariam muito mais e teriam de gastar muito mais com insumos pra poder rodar.

“A população não pode olhar só o preço, tem que olhar o que pode e o que não pode e o que está dentro da Lei. Estão utilizando brechas na legislação para aplicar um serviço mais barato, mas mesmo assim a população ainda sai perdendo”, afirmou o sindicalista.

Ele ainda alega que há uma ‘evasão de divisas’ quando os usuários utilizam o aplicativo, pois o dinheiro lucrado com as corridas iriam para o exterior. “A sociedade não percebe que há uma evasão de divisas da Uber – pois esse dinheiro está saindo do Brasil. 25% do lucro sai para fora do Brasil.”