Reunião com a Aneel foi realizada na segunda, em Brasília

Um comitê de sindicatos, que representam os trabalhadores da Energisa -concessionária que distribui energia elétrica na maior parte de Mato Grosso do Sul e em outros estados brasileiros-, apresentaram diversas denúncias sobre a empresa, em uma reunião na última segunda-feira (4), na Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), em Brasília. 

De acordo com nota do Sinergia-MS (Sindicato dos Eletricitários de Mato Grosso Sul), o primeiro ponto apresentado pelo grupo ao presidente da Aneel, Romeu Rufino, foi a participação da empresa Esol (Energisa Soluções), do mesmo grupo e criada para prestar serviços à Energisa, nas licitações da própria concessionária. “com informações privilegiadas e utilizando mão de obra e as estruturas das distribuidoras, em alguns serviços”. 

Consta ainda na carta-denúncia que a Energisa teria superfaturado contratos, manipulado dados, deixado de contabilizar reclamações feitas por clientes, caracterizando as queixas como manutenção de sistema ou falhas de equipamentos, para burlar os índices de qualidade do atendimento.

Outro ponto da denúncia é sobre o serviço de corte e religação, que estaria sendo realizado de forma isolada por um único trabalhador. Além disso, conta na denúncia que, em algumas empresas do Grupo, esse procedimento estaria sendo executado por leituristas que não tem qualificação técnica para a função, podendo causar acidentes de trabalho, assim como causar prejuízo ao consumidor por queima de equipamentos.

Ainda foi relatado que todas essas práticas da empresa estão refletindo na piora da qualidade dos serviços prestados à sociedade. Participaram da reunião, a presidente e o vice-presidente do sindicato sul mato-grossense, Elizete Almeida e   Elvio Vargas, e os sindicatos: STEET-TO, do Tocantins, STIUPB, da Paraíba e Sindieletro, de Minas Gerais.

Resposta

A Energisa foi procurada pelo Jornal Midiamax e informou que os contratos são previamente aprovados pela Aneel, e assim ocorreu com as contratações da ESOL. A empresa afirmou não existir superfaturamento de contratos e que os pagamentos são feitos conforme contrato previamente aprovado pela Aneel. Quando indagada sobre a manipulação de resultados na qualidade do atendimento, a Energisa disse que o registro e a contabilização de dados são feitos nos termos definidos pela Aneel.

Por fim, sobre os serviços de corte e religação estarem sendo realizados de forma isolada, apenas por um trabalhador e descumprindo a NR-10, a empresa alegou cumprir rigorosamente os dispositivos legais vigentes, inclusive os estabelecidos na NR-10. E completou que não existe impedimento legal para que a execução desses seja realizada por um único eletricista, considerando que ele não está em contato direto com o sistema elétrico de potência.