Sem escoamento, água vai para casas e ruas
“O povo não respeita e joga todo tipo de lixo na rua. Para piorar, a Prefeitura não limpa e daí quando chove já viu, né”. A sentença do trabalhador em serviços gerais Izidio Martins, de 50 anos, explica o cenário encontrado em Campo Grande nos últimos dias, de chuvas intensas.
Pedaços de madeiras, garrafas de cerveja, sacolas plásticas e até restos de alimentos são alguns dos materiais que podem ser vistos bloqueando saídas das bocas de lobo da cidade e assim, dificultando o escoamento da água.
Além do problema do lixo, jogado por moradores e não recolhido pelo Poder Público, o entupimento das bocas de lobo evidencia um problema que tem se tornado comum na Capital. Com a incidência das chuvas nas últimas semanas e com sistema de drenagem que muitas vezes deixa a desejar, os alagamentos na cidade estão cada vez mais comuns, causando prejuízos e destruições.
Na Vila Julieta, na esquina da Avenida Guaicurus com a Rua dos Democráticos, a enxurrada bloqueou as bocas de lodo do local. Sem escoamento adequado, a água da chuva invadiu calçadas e até o quintal de alguns moradores.
“Basta chover por dez minutinhos seguidos que a saída de água enche de lixo e a água alaga a rua e invade o quintal da gente. Ficamos ilhados por aqui”, conta o mecânico José Almeida, de 53 anos.
No centro da cidade o problema também pôde ser notado. no Cruzamento da rua Castro Alves com a Avenida Joaquim Murtinho, além de restos de cigarro, sacolas plásticas e embalagens de bebidas, encontramos restos de alimentos presos junto a entrada do lugar que deveria servir para levar a água da chuva e assim, evitar alagamentos.
Para a dona de casa Marilene de Souza, de 21 anos, o lixo nas ruas e bloqueio das bocas de lobo não são o único problema. Para ela, o sistema de drenagem da Capital é deficitário. “O lixo ajuda no problema, mas pra mim isso é serviço de drenagem mal feito. Alguma coisa a mais poderia ser feita”, afirma.
Alagamentos reincidentes
Na última quinta-feira (8) uma imagem aérea feita na região que conecta a Avenida Ernesto Geisel à Avenida Rachid Neder chocou ao exibir a área inteiramente alagada, fazendo com que uma rotatória ‘sumisse’.
Também na quinta-feira, o trecho da avenida Afonso Pena, entre a 13 de Maio e 14 de Julho ficou alagado e a água chegou a invadir o canteiro central. O Rio Anhanduí também transbordou durante o temporal e carros que seguiam no sentido bairro/centro passaram a retornar na contramão. Os córregos Prosa e Segredo também alagaram em alguns trechos.
