Prefeitura vai reintegrar área ocupada há 15 anos, com lote já revendido
Teve até quem vendeu lote no terreno da Prefeitura
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Teve até quem vendeu lote no terreno da Prefeitura
Depois de 16 anos cuidando de um pedacinho de chão na Rua Senador Virgílio Távola, no Bairro Iraci Coelho, ‘seo’ Esperandeu Batistoti viu as máquinas de Prefeitura derrubarem os muros construídos para preservar o local do lixo e da entrada de pessoas mal intencionadas. Na manhã desta sexta-feira (15), uma equipe da Seinthra (Secretaria Municipal de Infraestrutura, Transporte e Habitação) esteve no local com a GCM (Guarda Civil Municipal) e começou uma operação de reintegração de posse de área pública.
“Faz 16 anos que eu cuido daqui. Jogavam cachorro morto, garrafa. Vinha o mutirão da Prefeitura e eu pedia para eles limparem e eles negavam. Uma vez, eu tive que pagar para eles [mutirão da Prefeitura] limparem e o fiscal estava junto”, conta Batistoti. O idoso usava o local para guardar um dos caminhões da família. “Me sinto constrangido. Eu fui o último a fechar [levantar o muro]. Pensei se todo mundo fechou, eu também vou fechar”, conta.
A filha de Batistoti reclama que a Seinthra foi até o local e não apresentou ordem judicial para reintegração de posse e que os demais ocupantes da área vão poder continuar no local. “Faz 15 anos que o meu pai cuida e limpa. Agora, estão tirando só essa parte”.
Além da área que Batistoti cuidava, o terreno da Prefeitura ainda abriga duas casas, sendo uma desocupada, uma fábrica de fossas e uma borracharia. De acordo com o responsável da Seinthra pela reintegração de posse, Alcindo de Macedo, toda a área deve ser reintegrada, não somente a da família Batistoti. Parte da área além de ter sido ocupada irregularmente, já foi vendida e alugada a terceiros.
Conforme Macedo, os moradores e comerciantes da área foram notificados e quando o prazo vencer deverão deixar o local. O prazo não foi informado. Com relação parte vendida, ao ser identificado dono, ele pode ser processado.
“É uma área pública de uso coletivo. Estamos cumprindo uma determinação do juiz da Vara de Fazenda Pública para que a área seja reintegrada ao Município e seja de uso coletivo. Não tenho como informar se já há projeto, mas pode vir a ser construída uma praça, uma escola, algo assim. A população tem que se conscientizar que estava se apossando de uma área pública”.
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