Desde fevereiro de 2015, Casa atendeu 11 mil mulheres

A Casa da Mulher Brasileira completou um ano nesta quarta-feira (3). Para marcar a data, a secretária nacional de Enfrentamento à Violência Contra as Mulheres, Aparecida Gonçalves, esteve em Campo Grande e foram lançados um sistema nacional de informatização, o projeto “Liberta Mulheres” e houve a implantação da unidade da polícia militar. Assistindo à solenidade, uma vítima de violência doméstica relembrou o terror que viveu e como resolveu a questão por meio dos serviços do local. 

Ao Jornal Midiamax, a mulher de 62 anos, recordou os momentos de 20 anos de casamento, que começou como um mar de rosas e terminou com uma faca apontada para ela. “No começo, ele era bom, trabalhador. Mas depois, começaram as agressões verbais. Era muito xingada”, diz a vítima de violência doméstica.

Há um mês, ela decidiu colocar um basta na relação, quando foi ameaçada de morte com uma faca. Segundo a mulher, o marido foi com uma faca até ela e vendo o desespero, “sentou no chão e me ameaçou: vou te matar”, relembra.No 1º ano da Casa da Mulher, vítima relata violência e apoio recebido

A agressão ocorreu em em domingo e na segunda feira seguinte, a mulher foi até à Casa, onde pediu medida protetiva. O marido saiu de casa e nesta terça, ela fez questão de ir agradecer pela ajuda. 

Segundo Aparecida, o funcionamento da Casa é motivo de comoração e de agradecimentos. “Quanto mais a gente luta, mais as mulheres recorrem a nós”. A Casa representa o estado democrática de direito em pleno funcionamento”. A secretária inda pontuou que o PPA (Plano Pluri Anual) que é um instrumento de planejamento de médio prazo da administração pública “tem que ser algo de estado e não de mandado. Queremos aumentar o número de defensores das mulheres e fortalecer a Defensoria Pública”, disse.

Números

A Casa da Mulher Brasileira foi inaugurada há exatamente um ano. Neste período, foram atendidas 11.070 mulheres, uma média de 900 vítimas por mês. Foram 2.444 medidas protetivas e 922 agressores foram presos.  Conforme a gestora administrativa Ângela Rafaela, o número de medida protetiva revogada ainda é alta. Em um ano foram 800. “Muitas mulheres desistem”, diz. 

O total de atendimento nos diversos setores somou 63.836 e desde janeiro, um militar do 1° BPM (Batalhão de Polícia Militar) fica a disposição na Casa para receber os agressores e encaminhá-los à Delegacia de Polícia Civil.

Segundo a gestora administrativa da Casa, Ângela Rafaela, com o atendimento especializado, as mulheres não esperam para fazer a denúncia contra os parceiros. “Antes, a mulher só procurava a delegacia após a 9ª agressão. Agora, a mulher já procura quando é ameaçada ou sofre injuria pelo parceiro”.