Moradores sem asfalto veem ruas se transformarem em ‘rio’ nos dias de chuva

Eles precisam mudar rotina 

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Eles precisam mudar rotina 

“Toda vez que chove é a mesma coisa”. Quando o céu escurece e a água começa a cair, dona Maria pede para que, dessa vez, ela consiga chegar em casa e não ter problemas. Ruas de vários bairros de Campo Grande estão intransitáveis, e moradores são obrigados a mudar rotina em dia de chuva.

Não conseguir entrar ou sair, ter a casa alagada… os problemas são enfrentados por dona Maria, Francielen, Cleuza, Renata e por vários moradores de bairros de Campo Grande. “A gente sai de casa para trabalhar e quando a chuva começa já se preocupa em como vai estar nossa rua quando voltar. É sempre assim. Nessa época de chuva todos os dias então, é ainda pior”, pontua a manicure Maria Madalena dos Santos, de 38 anos, que mora na Avenida João Lemes de Rezende, no Jardim Itamaracá.

No Bairro Noroeste, o problema é o mesmo. A rua vira um rio. “A água invade a casa. Desce água, terra, lixo… A gente começa a levantar as coisas para não molhar. Não dá para sair ou entrar em casa, é impossível. Tem que esperar diminuir para sair”, explica a dona de casa Francielen Santos Souza, 20, que mora há sete anos na Rua Martin de Sá. O problema já foi divulgado ano passado pelo Jornal Midiamax

Renata enfrenta o mesmo problema. “Quando chove assim, a gente precisa arranjar carona para ir buscar as crianças na escola. Um carro que passa a gente pede pra deixar a gente na rua de baixo. Não dá para andar a pé, só patinando na água”, cita a dona de casa Renata Ventura de Oliveira, 35, que mora na mesma rua de Francielen, no fim do Bairro Noroeste.

No Vivendas do Parque, Cleuza Martins Chavez, de 55 anos, enfrenta alagamento na frente de sua residência devido a barreiras feitas para conter a água da chuva. “Fizeram várias lombadas para conter a água, para não descer lá para baixo. Além de ser quase impossível para passar um carro, quando chove fica terrível para sair de casa”, ressalta. A moradora ainda reclama da água parada, que pode ajudar na procriação do mosquito da dengue.

 

Com as fortes chuvas, a Prefeitura explicou a equipe de reportagem do Jornal Midiamax que parte do material usado para recuperar as vias são levados pela água. Segundo assessoria, a Seintrha (Secretaria Municipal de Infraestrutura, Transporte e Habitação) procura manter, nos períodos mais chuvosos, pelo menos a linha de ônibus em condições de trafegabilidade.

A Prefeitura confirmou a equipe de reportagem do Jornal Midiamax que apenas o Nova Lima tem previsão de asfalto até o fim do ano. Os moradores do bairro enfrentam também vários problemas devido as chuvas. Na chuva do dia 24 de ourubro, uma cratera de mais de cinco metros de comprimento se formou na Rua Jerônimo de Albuquerque. 

Nos outros bairros apenas recuperação de vias não pavimentadas estão programadas. O boletim é divulgado diariamente no site da Prefeitura.

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