Montagem? Moradores de aldeia em MS ‘reivindicam’ foto de fantasma em festa

Anciães deixaram festa após aparição, dizem testemunhas

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Anciães deixaram festa após aparição, dizem testemunhas

A fotografia digital que supostamente teria flagrado um fantasma durante uma festa de formatura no fim de ano em Mato Grosso do Sul foi feita por um adolescente em um celular simples que não tinha tecnologia para transmitir a imagem. Por isso, segundo testemunhas que garantem ter participado da cerimônia, teriam sido feitas ‘fotos da foto’ por outros jovens que viralizaram o flagrante.

A informação diminui a credibilidade do caso, mas não para moradores de Dois Irmãos do Buriti, a 84 quilômetros de Campo Grande e 120 de Miranda. Eles procuraram a redação do Jornal Midiamax para contar que a foto da suposta fantasma foi feita em uma formatura da qual participaram na Aldeia Indígena da cidade, e não em Miranda, como contou um morador da Aldeia Babaçu.

Apesar de ter péssima qualidade, mostrar uma mulher com vestes pouco comuns entre as mulheres da região, e muito parecida com imagens usadas até em aplicativos para montagens, desde que começou a ser compartilhada nas redes sociais e em grupos de WhatsApp, a foto virou assunto nas aldeias indígenas de Mato Grosso do Sul.

Segundo uma das ‘testemunhas’ que preferiu não se identificar, mas participou da festa, a imagem foi feita por um adolescente da aldeia durante a formatura dos alunos das escolas indígenas Alexina Rosa Figueiredo e Natividade Alcântara Marques, em 4 de dezembro de 2015.

A festa acontecia no ginásio poliesportivo do prédio, onde estão instaladas as duas escolas, em comemoração a formatura dos alunos do 9º e 3º ano, e a turma especial do EJA (Educação de Jovens e Adultos), e muitas pessoas estavam registrando o momento com imagens e vídeos.

A foto da fantasma teria sido registrada no momento em que a antepenúltima formanda pegava seu certificado, e apenas o aparelho celular do garoto, que fotografava tudo de longe, conseguiu capturar. “A gente não duvida da veracidade porque ele não percebeu na hora. Ele só viu que tinha algo na foto quando estávamos olhando todas a imagens, e ela estava entre as outras na galeria”, reforça a moradora, ao dizer que se fosse uma montagem, teria sido direcionada para outra pasta.

A buritiense ainda comentou que no dia da festa o tempo estava fechado e um temporal deixava o cenário mais sombrio, e que depois de verem a foto, os mais antigos foram embora, antes mesmo do jantar que estava programado. “Aquilo foi visto como mau presságio pelos anciães, que deixaram o local imediatamente. Virou o assunto das aldeias desde então”, relata a servidora.

Ainda segundo ela, um dos convidados da festa teria achado semelhança entre a fantasma e a professora Alexina, que deu nome a escola, mas a hipótese não foi confirmada com os demais.

Foto da foto para viralizar

Sobre a história ter sido contada por outra pessoa, de uma forma similar ao que aconteceu, mas em tribos diferentes, a moradora explicou que muita gente tirou fotos do celular do menino, uma vez que o mesmo não possuía tecnologia suficiente para enviar a imagem, e uma semana depois do ocorrido, houve um evento na aldeia de Miranda, onde comunidades do Estado inteiro se encontraram. “Provavelmente alguém mostrou para outro, e daí para outro alguém e de repente todo mundo tinha”, finalizou.

Montagens e Aplicativos

A manipulação de imagens pode ser feita até mesmo por meio de aplicativos para celulares, que colocam nas fotos imagens pré-estabelecidas de fantasmas de filmes ou criação dos aplicativos. Entre os mais populares estão o Ghost Camera e Paranormal Camera-Scary Ghost Prank.

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