Nem todas as peças vieram do Paraguai 

Depois de grupo de mães reclamar da qualidade dos uniformes que começaram a ser entregues pela Prefeitura de aos alunos da (Rede Municipal de Ensino), a Odilara, uma das empresas ganhadoras da licitação, afirmou que o material “está dentro do padrão exigido e conferido pela Prefeitura da Capital” e que nem todas as peças foram confeccionadas no Paraguai

Jorge Klein, gerente de produtos da Odilara, não soube precisar a porcentagem das peças que foram produzidas no País vizinho, porém, disse que nas etiquetas é possível distinguir os produtos feitos no Brasil dos que vieram do Paraguai. “Se houvesse alguma coisa fora dos tramites legais poderíamos muito bem tirar a etiqueta e colocado outra, mas todas as peças foram corretamente identificadas”, enfoca.

De acordo com Jorge, o edital publicado pelo Executivo não mencionava que as peças não poderiam ser importadas. Além disso, ele lembra que há 12 anos o Governo Federal abriu o mercado brasileiro, isentando a cobrança de taxas de importação, fazendo com que dessa maneira o produto final tenha menor custo.

“Para se vencer uma licitação é preciso fazer de tudo para chegar com o menor preço possível. Para isso, aproveitamos as prerrogativas que o Governo Federal nos permite usar. No Paraguai eles fabricam a um custo muito mais barato e sem a taxa de importação tudo fica mais em conta”, relata.

Contudo, o fato de parte da confecção ter sido feita no Paraguai tem gerado discussões, já que o edital lançado pela Prefeitura no início do ano e encerrado em abril dava preferência aos comerciantes locais e regionais, de modo a fomentar a economia do Estado.  O modelo adotado pela administração municipal foi uma resposta aos empresários locais, que inclusive solicitaram uma audiência pública aos vereadores sobre o assunto, e isso teria atrasado em quatro meses a entrega dos kits escolares. 

Sobre a qualidade dos uniformes o gerente da Odilara afirma que a qualidade dos produtos foi definida pelo edital da licitação e que “os procedimentos foram cumpridos rigorosamente”. Ele lembra que o material foi conferido por técnicos da Prefeitura que por fim aprovaram a remessa enviada.

Reclamações

Depois de aguardar a entrega dos uniformes escolares por quase seis meses, mães de alunos da Reme (Rede Municipal de Ensino) se dizem insatisfeitas com o material e acabamento das peças disponibilizadas pela Prefeitura de Campo Grande.

Em denúncia ao Jornal Midiamax, um grupo de mães que não quiseram se identificar afirma que o tecido das duas camisetas e do short entregues aos estudantes é de baixa qualidade e que a costura não foi bem finalizada, algumas se desfazendo no mesmo dia.