Cãozinho voltou do banho com lesão no olho

Era para ser apenas um banho de rotina, mas a ida ao Pet Shop Cão Fiel há quase quatro anos de um poodle se transformou em processo judicial, que transitou em julgado na última quarta-feira, quando o juíz Flávio Saad Peron, da 15ª Vara Cível de Campo Grande, condenou a empresa de serviços veterinários a indenizar a dona do animal em R$ 5.000 por danos morais e R$ 283 em danos materiais.

O Pet Shop teria recolhido o cãozinho na casa da dona, sem nenhum machucado visível, e retornado o animal com uma grave lesão no olho esquerdo.

A sentença foi proferida após quase quatro anos do fato, em julho de 2012. O estabelecimento teria recolhido o animal para um serviço de banho, sem nenhum machucado aparente ou problema de saúde e devolveu o cão com uma grave lesão no olho esquerdo, o que motivou o pedido de indenização.

No dia do ocorrido, a proprietária estranhou a demora na devolução do animal e ligou para o pet shop, que alegou que o cãozinho teria apresentado uma irritação alérgica ao xampu utilizado. A dona estranhou a informação, pois sempre mandava junto do poodle alguns xampus de uso particular.

Depois de receber o cãozinho com um machucado no olho, a mulher decidiu levá-lo ao veterinário, que constatou se tratar de uma lesão grave. A dona do poodle entrou então com um pedido de indenização por danos morais e por danos materiais, pelos custos com veterinário.

Os responsáveis pelo Pet Shop negaram as acusações, afirmando que o cachorrinho poderia ter sido lesionado antes dos serviços. O juizado aceitou a versão da proprietária do cão ao entender que o machucado grave era facilmente visível, e a empresa não teria notificado sua existência no momento de receber o animal.

O juiz Flávio Saad acatou o pedido de danos materiais para custeio dos serviços com veterinário, e também julgou procedente o pedido de danos morais, alegando que “é de conhecimento que as pessoas desenvolvem uma forte relação de amor, afeto, amizade com seus animais de estimação e que, ao vê-los sofrer, experimentam tristeza profunda e abalo emocional, que consubstanciam dano moral, passível de reparação”.

O Pet Shop foi procurado pela reportagem, mas não quis comentar o assunto.

(Sob supervisão de Ludyney Moura)