Candidata não foi avisada que não poderia usar o banheiro ao deixar a sala de prova

O mês das mulheres ainda não acabou e situações onde elas são constrangidas ou impedidas de exercerem seus direitos continuam acontecendo no dia a dia. Uma candidata, que pediu para não ser identificada, procurou o Jornal Midiamax para reclamar de uma situação constrangedora que passou ao prestar o concurso público da (Secretaria Municipal de Educação), para o cargo de professora, na manhã deste domingo (20). Ela foi impedida de ir ao banheiro para efetuar a troca do absorvente. A candidata prestou a prova na escola Funlec – unidade Raul Sans de Matos.

Ela conta, que tanto a fiscal de corredor quanto a coordenadora local do concurso argumentaram que após deixar a sala de concurso, ao final da prova, não é mais permitido utilizar o banheiro. No entanto, isso só informado à candidata ao sair da prova e precisar utilizar o banheiro. “Atitude primeiramente desumana, uma vez que não se pode controlar ações fisiológicas do organismo como, por exemplo, fluxo menstrual. Depois, nem o edital ou o fiscal de sala informaram que após deixar a sala de prova não se podia utilizar qualquer espaço físico da unidade, ainda que fosse banheiro sanitário”, reclama.

Para ela, isto demonstra que ainda estamos presos a estruturas misóginas que repetem e promovem o na sociedade. “A opressão pode emergir em distintos espaços e contextos porque ela sempre esteve presente aguardando apenas gestos e palavras para ser ativada e materializada. Ainda que as mulheres tenham conquistado espaço e, progressivamente, políticas públicas a seu favor com legitimação de sua participação social, ainda restam desafios a serem enfrentados para que se assegure a autonomia de gênero, respeito e cidadania plena”, critica.

Ela pontua que foram aplicadas duas provas do concurso, sendo uma com 60 questões objetivas e uma dissertativa a serem executadas até 4h30 e que a violência contra às mulheres não se estampa apenas na agressão física, verbal e nos diferentes espaços, se expressa também na falta de compreensão e de cuidado ao seu corpo, ao seu organismo morfofisiológico.

O jornal entrou em contato com a prefeitura, que ficou de verificar com a Fapec (Fundação de Apoio à Pesquisa, ao Ensino e à Cultura) o que ocorreu.