Acidentes de trânsito é causa de superlotação em hospitais, segundo OAB

Audiência discutiu formas de contornar situação

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Audiência discutiu formas de contornar situação

A saúde pública foi tema de audiência no plenário da OAB-MS (Ordem dos Advogados do Brasil de MS) na tarde desta quarta-feira (7). Segundo o presidente da ordem, Mansour Karmouche, levantamentos apontam que o grande responsável pela superlotação dos hospitais sãos os acidentes de trânsito. Assim, as entidades presentes discutiram dados e formas de educar e conscientizar a população.

Representantes de várias entidades estavam presentes para contribuir com o debate. O evento foi presidido pelo presidente da OAB e teve falas dos presidentes das Comissões de Saúde, Trânsito, Direitos Humanos e da 32ª Promotoria de Justiça de Campo Grande para discutir ações que visem desafogar as demandas na área da saúde ocasionadas pelo trânsito da Capital.

“Percebemos a situação calamitosa que está o sistema de saúde. E depois de vários levantamentos e várias reuniões com o Ministério Público e entidades, descobrimos que acidentes de trânsito são o grande responsável pela superlotação dos hospitais”, explica Mansour Karmouche.

Os dados mostrados pelos representantes presentes na audiência corroboram a informação. Conforme apresentado pela promotora de justiça Filomena Fluminhan, entre janeiro e novembro de 2016 aconteceram 3378 acidentes com feridos. Segundo ela, o real número de pessoas lesionadas pode ser maior, pois o valor é referente ao número de acidentes.

Com a audiência as entidades pretendem gerar discussão para encontrar alternativas e campanhas envolvendo todas as entidades. “A expectativa é que com a troca de informações possamos promover campanhas unindo todas as instituições para tentar diminuir os acidentes no trânsito e conscientizar as pessoas sobre o assunto”.

Presidente da OAB-MS, presidentes das comissões de direitos humanos, saúde e trânsito e promotora de justiça compondo a mesa. (Tatiana Marin)

Muitas vagas de atendimentos eletivos são retirados por conta das ocorrências emergenciais resultantes dos acidentes de trânsito, além de gerar altos custos. Para a promotora de justiça, as entidades devem agir, mas a população deve saber e ser cobrada de seu dever. “Não devemos somente cobrar o estado e o município, mas também o cidadão”, observa.

O tenente coronel Renato Tolentino Alves, comandante do 17º Batalhão da Polícia Militar de Trânsito informou que mais de 15 mil autos de infração foram expedidos em 2016 até novembro e mensalmente 300 automóveis, em média, são recolhidos devido a irregularidades e 350 motoristas são apreendidos por embriaguez. “Não adianta somente a polícia fiscalizar, é necessário o engajamento da sociedade”, conclui.

Motos – Conforme mostrado pela promotora, o perfil dos envolvidos nestes acidentes são homens, motociclistas, da faixa-etária de 18 a 25 anos. O doutor Luiz Antônio Moreira da Costa, que deixou recentemente a coordenação do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) em Campo Grande, confirma os dados. Segundo ele, nos últimos 5 anos houve 37.131 acidentes de trânsito e, se contabilizados os acidentes que envolvem motos, o número é de 30.017.

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