A tristeza de Inês, que viu a água chegar a 1,2 m de altura em sua casa
Chuva desta tarde provocou estragos no Jardim Cerejeiras
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Chuva desta tarde provocou estragos no Jardim Cerejeiras
Era para ser uma sexta-feira como outra qualquer para a aposentada Inês Del Padre, 62 anos, moradora no bairro Jardim Cerejeiras, na região norte de Campo Grande. Mas a chuva desta tarde mudou tudo. Ela vai se lembrar desse dia como aquele em que seus remédios para diabetes boiaram na água, que invadiu a casa e chegou à altura de 1,2 m.
Bastante abalada e confusa, Inês, que vive sozinha no local, foi levada pelo Corpo de Bombeiros para o posto de saúde do Bairro Nova Bahia. Teve tempo de contar, apenas, não ter percebido quando a água subia. “Foi muito rápido, não deu para fazer nada”. Ela foi retirada da casa pelos vizinhos e depois os bombeiros a ajudaram a sair do terreno. A moradora é diabética e enxerga apenas de um olho, em razão da doença.
A água que invadiu a casa de Inês transbordou do córrego Segredo com a chuva de hoje. Os bombeiros enviados ao local informaram que pouco podiam fazer, além de socorrê-la. A viatura deles nem conseguia entrar no quintal. Era possível ver, de longe, os cães sobre móveis, esperando a água baixar.
Outras três casas também alagaram, mas a pior situação foi de Inês. Assustados com o ocorrido, mas não surpresos, vizinhos relataram que a vida ali é difícil e os alagamentos são comuns, além da falta de infraestrutura. Não há asfalto, apesar de ele estar próximo, três quadras dali, e o fato de ser uma descida íngreme piora tudo.
Morador há 15 anos no bairro, Wilson Gomes contou que precisa fazer valas pelo quintal para impedir a entrada da água. Segundo ele, é assim no bairro todo. Assim como outros vizinhos, ele pede providências do Poder Público, entre elas a limpeza do córrego. “Jogam muito entulho aí”.
Fazer valas para drenar a água é rotina também para Frankeslia da Cruz, de 33 anos. “O carro nem entra na garagem quando está assim”. Segundo ela, a informação dada a eles sobre o não asfaltamento era a falta de rede de esgoto. Mas ela não entende o porquê, então, de haver um bueiro aberto na frente de casa. É um buraco, que volta e meia, fica escondido pelo mato, representando perigo. “Meu marido vive sinalizando, porque senão as pessoas caem aí”.
A Defesa Civil informou, por telefone, que está com as equipes na rua e ainda não há um balanço sobre estragos na cidade. Leitores relataram ao Jornal Midiamax que o córrego Prosa, na altura da avenida Ricardo Brandão, ficou prestes a transbordar. O Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) havia lançado um alerta de chuva forte hoje para Mato Grosso do Sul.
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