Fevereiro ainda não chegou ao fim, e a prefeitura já gastou mais de R$ 6,6 milhões com o serviço
Enquanto a gestão do prefeito Gilmar Olarte (PP) encontra dificuldade para fiscalizar o serviço de tapa-buraco em Campo Grande, a população tem feito o trabalho que deveria ser executado por uma comissão da Seintrha (Secretaria Municipal de Infraestrutura, Transporte e Habitação). Mais um vídeo feito por um leito do Jornal Midiamax mostra novos ‘buracos-fantasmas’ sendo fechados por funcionários à serviço do município.
O vídeo foi feito na manhã de ontem (27), no cruzamento das Ruas Dr. Artur Jorge com Abrão Julio Rahe, no Bairro Santa Fé. O vídeo, feito pelo leitor, mostra apenas dois buracos e, logo na sequância, são feitos pelo menos cinco remendos no asfalto.
A reportagem foi até o local e constatou a existência da realização recente do serviço de tapa-buraco. “Aqui não tinha nenhum buraco”, contou uma moradora da região, que preferiu não se identificar.
A informação da inexistência dos buracos foi confirmado por mais duas funcionárias de estabelecimentos comerciais próximos ao local. “Os dois buracos que aparecem no vídeo foram feitos pelos próprios funcionários. Não tinha nenhum”, contou outra moradora.
Segundo o leitor do Jornal Midiamax, os funcionários da empresa à serviço da prefeitura, cujo reconhecimento não é possível ser feito pelas imagens, não ficaram mais que 20 minutos no local.
Esta semana o titular da Seintrha, Valtemir Brito, o Kako, enviou documentos à Câmara que apontam que “os serviços realizados serão objeto de medição, procedida pela Comissão de Fiscalização designada pelo titular da Seintrha, cujo valor será obtido pelo somatório dos produtos dos preços unitários iniciais propostos pelas respectivas quantidades de serviços executados”.
“Faremos uma nova licitação agora em março e assim que acabar todos os trâmites burocráticos e a licitação for finalizada, iremos cancelar esses contratos vigentes”, prometeu Kako aos vereadores.
No contrato assinado com a Proteco Construções, por exemplo, as multa para ‘serviços que não tiverem o andamento previsto no cronograma’ ou pela não execução de ‘serviços exatamente de acordo com as normas, manuais, instruções e especificações da ABNT e da Contratante (má qualidade dos serviços e uso de equipamentos inadequados)’, é de apenas 0,1% a 2% do valor atualizado do contrato.
Os dados recebidos pelos vereadores, mostram que o serviço de tapa-buraco é composto de oito passos:
1 – Localização do buraco
2 – Recorte do asfalto na forma de uma figura quadrilátera para remoção do material inservível
3 – Limpeza do buraco removendo a base comprometida até atingir o solo compacto
4 – Substituição da base comprometida por bica corrida
5 – Compactação da base
6 – Imprimação com pintura de ligação com material betuminosa tipo RR-2C (Emulsão Asfáltica de Ruptura Rápida)
7 – Reposição da camada asfáltica com concreto betuminoso usino à quente e compactação do mesmo com rolo auto propelido liso
8 – Limpeza do local do material inservível incluso carga e transporte com DMT (Distância Média de Transporte) -20 km
Os números apresentados pelo secretário mostram que em 2010 foram gastos R$ 51.944.134,33 com operações tapa-buraco; em 2011 – R$ 64.517.357,52; já em 2012 foram gastos R$ 109.908.652,23; em 2013 – R$ 68.275.177,44; em 2014 R$ 71.232.199,46 e em 2015 foram gastos R$ 6.697.461,82.
Veja o vídeo com o flagrante: