Unidade vai começar com 147 trabalhadores

Foi inaugurada na manhã desta sexta-feira (14), a UTR (Unidade de Triagem de Resíduos) que vai abrigar os catadores de materiais recicláveis que atuavam no antigo de . Neste primeiro momento, vão trabalhar no local 147 trabalhadores, divididos em cinco cooperativas.

Na inauguração, o prefeito Gilmar Olarte chamou os catadores de heróis e disse que o trabalho deles evita que o lixo cause sérios danos ao planeta. O prefeito disse que na UTR os catadores estão protegidos, com equipamentos, itens de segurança e cobrou atenção da população à separação do lixo, pois a coleta seletiva é uma ação ambiental e social.

Sobre os trabalhadores que não a princípio não querem trabalhar na UTR, Olarte disse que “sempre há o medo do novo e que as pessoas ficam receosas, mas que elas serão convencidas”. Ele anunciou ainda que durante os três primeiros meses de funcionamento, a Prefeitura vai conceder um beneficio de R$ 350 a cada trabalhador e que a ajuda está prevista no contrato com a Solurb. Sobre a coleta seletiva, o prefeito disse que por meio de recursos do BNDS (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) o programa deve ser ampliado nos próximos três meses.

De acordo com diretor-presidente da Funsat (Fundação Social do Trabalho de Campo Grande), Cicero Ávila de Lima, a Capital é a primeira a entregar a gestão da usina, que faz parte da Política Nacional de Resíduos Sólidos, diretamente aos trabalhadores.

Na inauguração, Lima relembrou que a cidade tinha até 2012 para entregar a usina, mas que o prazo foi prorrogado para agosto deste ano. Ele disse que a UTR representa muito para cidade em ganho ambiental, pois o lixo jogado diretamente no lixão causa danos ao lençol freático.

Ainda segundo o diretor, os catadores que se organizarem nas cooperativas vão ganhar em dignidade, remuneração, direitos trabalhistas e condições de segurança e salubridade.

A UTR em capacidade para até 414 trabalhadores, divididos em três turnos, mas ainda não há trabalhadores suficiente para ocupar todos os postos de trabalho.

Atualmente, há aproximadamente 270 catadores no lixão, mas nem todos quiseram se organizar nas cooperativas. O motivo, é que eles alegam que ganham mais trabalhando sozinho, fazendo o próprio horário. Com relação a este ponto, Lima disse acreditar que com o fechamento total da área de transição do lixão, que deve aconteceu em até um mês, muitos vão querer participar das cooperativas, pois vão avaliar não só o ganho financeiro, mas também de qualidade de vida.

Os catadores que não quiserem entrar em nenhuma, segundo o diretor da Funsat, terão a possibilidade de serem contratados pela Solurb, ou pelo Proinc (Programa de Inclusão Profissional).

Trabalhando há quatro anos com materiais recicláveis, Luiz Carlos Arguelho afirmou que já estava na UTR, mesmo antes da conclusão das obras. Ele diz que ele trabalha com equipamentos de segurança, ficava no sol e que hoje até o trabalho de coleta é feito na sombra. O catador só se queixa da falta de conscientização das pessoas com relação aos materiais recicláveis. Sobre o motivo de muitos colegas preferirem não entrar na cooperativa, ele diz que “Cada pessoa pensa de um jeito diferente. Algumas são individualista e querem trabalhar sozinhas, pois não sabem trabalhar como cooperativa”.

Para comandar a UTR, os catadores receberam formação e treinamento para operar máquinas, gerenciar os espaços e se organizarem no sistema de trabalho coletivo, as cooperativas.