Índios montaram acampamento nessa segunda-feira

Índios terenas ocuparam mais duas fazendas na região do distrito de Taunay, na região de , cidade distante 130 quilômetros de Campo Grande.  De acordo com informações de uma das lideranças indígenas, Gilson Tiago, 43 anos, as fazendas Esperança e Maria do Carmo também estão ocupadas. Ao todo, segundo eles, aproximadamente mil índios participam da retomada de terras. 

Na madrugada dessa segunda-feira (27), os índios ocuparam as propriedades Ouro Preto, Cristalina e Esperança. Segundo Gilson, até o momento a retomada segue tranquila e os terenas aguardam a chegada de representantes da Funai (Fundação Nacional do Índio).  Eles querem, ao todo, a demarcação de 17 fazendas, que, segundo eles, pertencem aos terenas. Conforme o líder do movimento, hoje os índios possuem aproximadamente 18 mil hectares da área.

“Vamos ficar aqui até o governo demarcar nossas terras. Queremos de volta urgentemente as 17 fazendas que nos pertencem”, disse.

Os índios informaram que os donos das propriedades já deixaram as casas e agora retiram os animais das fazendas. Outro , Lucas Jordão, 35, disse que mulheres e crianças participam do movimento e que, apesar de não ter indícios de conflito, a Polícia Civil esteve no local.

“Viemos para ficar e temos estudos antropológicos. Os donos já estão retirando os animais. Não viemos por causa de carros ou casas, viemos por causa da nossa terra”, contou.

O advogado Guilhermo Ramão Salazar, que representa os proprietários das fazendas Ouro Preto e Cristalina afirmou que ontem os indígenas entraram, abordaram os administradores e, na sequência, armaram acampamento. “O grupo chegou às 6 horas e determinou ao responsável que todos deveriam retirar os pertences pessoais em 24 horas, pois eles invadiriam o local. Logo em seguida se posicionaram na entrada da sede”, ressaltou Salazar.  

Um dos produtores que teve a fazenda ocupada pelos índios, José Lippi, ressaltou que a família está no local há mais de 30 anos e nunca teve problemas com os indígenas. O fazendeiro ressaltou ainda que o gerente e familiares foram obrigados a se retirar o mais rápido possível e agora a preocupação é com a lida das 1,6 mil cabeças de gado criadas no local.

Até o momento, segundo a assessoria de comunicação da Polícia Federal, os agentes analisam as informações sobre a ação dos índios e não há previsão de deslocamento para as fazendas ocupadas.