Pedágio na BR-163 vai encarecer frete e piorar inflação, alertam transportadoras
Cobrança começa no dia 14 de setembro
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Cobrança começa no dia 14 de setembro
Vai ter pedágio e vai ter inflação maior. É o que afirma o presidente do Setlog/MS, Cláudio Cavol, ao comentar o início da cobrança do pedágio em 9 pontos da BR-163, rodovia essencial para o transporte de cargas em Mato Grosso do Sul. Segundo o empresário, o repasse vai ser imediato ao preço do frete, o que vai gerar um efeito cascata nos preços dos produtos. O pedágio começa a ser cobrado no dia 14 de setembro, conforme autorizado ontem pela ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres).
Cavol afirma que esse é o “pior momento” para que a cobrança entre em vigor, diante do cenário de crise que, segundo ele, afeta principalmente o setor, representando no Estado por mais de 1, 2 mil empresas. “Vai encarecer, gerar mais inflação numa economia deteriorada”.
O empresário que o setor até tinha expecativas positivas com a cobrança do pedágio, em razão dos investimentos previstos na rodovia, entre eles a duplicação. “Mas até agora, os benefícios são poucos para gerar uma economia que compense o pagamento do frente”.
As empresas do setor de transporte movimentam uma frota de mais de 57 mil caminhões no Estado. É a principal forma de envio e chegada de produtos. E a BR-163, lembra Cavol, é a principal artéria desse sistema de escoamento. “De 60 a 70% das cargas passam por ela”, estima.
Cavol estima afirma que, quando a rodovia foi privatizada, a expectativa era de uma tarifa de menos de R$ 4,35 por eixo. Mas esse valor foi definido em R$ 7,20, ou seja, 65% a mais. “É muito para absorver. Vai ter caminhão que vai pagar mais de R$ 300 por uma viagem, isso representa mais de 6% em um frete de cinco mil reais”, calcula.
Abaixo assinado
Em Nova Alvorada do Sul, cidade que cresceu às margens da BR, um abaixo assinado já está sendo organizado pelo comerciante Sidcley Brasil. Para ele, o principal problema é a cobrança na ida e na volta. Brasil calcula que vá gastar mais de R$ 150 por mês com o pedágio, porque viaja pelo menos duas vezes por semana a Campo Grande. “É justo cobrar, se tiver os benefícios, mas cobrar ida e volta ?”, indaga.
Ele quer reunir 500 assinaturas para encaminhar a CCR MS-Via, concessionária que administra a via. Fala, inclusive, em ir à Justiça contra a cobrança dupla do pedágio.
A CCR MSVia só vai se pronunciar sobre o início da cobrança do pedágio na terça-feira, durante coletiva. A empresa está fazendo uma operação de orientação aos usuários da rodovia desde ontem.
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