Em 2015 hospital já realizou 14 mil atendimentos ambulatoriais 

A paralisação do atendimento ambulatorial da Santa Casa não tem causado impacto nas UBS (Unidades Básicas de Saúde) de Campo Grande. De acordo com a assessoria de imprensa da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública), ainda não houve um impacto nas unidades e a secretaria vai manter a mesma estrutura de atendimento.

Segundo a Sesau, apenas as UBS fazem atendimento ambulatorial. Quem precisar de atendimento precisa agendar nas unidades. O superintendente da Sesau, Virgilio Gonçalves, reafirmou que o atendimento continua normal nas unidades do município, mas que ainda está monitorando a situação.

“Reflete mais no interior do que para cá, as vésperas de greve dos médicos fica difícil definir estratégia. Ainda não teve nenhuma grande demanda”.

Além das UBS, o CEM (Centro de Especialidades Médicas) também deve receber atendimento que poderia ser feito na Santa Casa. “Estamos na expectativa de atender isso no CEM e nos demais conveniados, mas as ações dependem da evolução da greve”.

Entre os atendimentos da tarde desta terça-feira (5) que foram realizados na Santa Casa está o da auxiliar de cozinha Juciléia Trindade do Santos, de 23 anos. Ela está no hospital desde quinta-feira (30 de abril) acompanhando o marido, ambos são de Bela Vista, a 324 quilômetros de Campo Grande, e sofreram um acidente de moto no município.

“Batemos de frente com uma caminhonete, eu me ralei toda e ele teve fratura exposta na mão. Hoje ele teve alta, mas tinha que marcar um retorno e não consegui, estamos indo embora sem saber quando ele vai voltar para fazer mais exame e tirar os pinos da mão”, destacou.

De acordo com Juciléia, uma ambulância de Bela Vista trouxe e vai levar o casal embora, mas quando for preciso marcar a consulta, ela tem que vim por conta própria e só quando o marido vim ser consultado é que a ambulância faz o transporte. “Seria melhor sair daqui com tudo marcado, aí voltava apenas para a consulta. Com essa paralisação fica difícil, lá em Bela Vista não tem nada”, afirmou.

Outro paciente que estava esperando o atendimento era o Edivaldo Gomes, de 50 anos, ele caiu de moto no inicio desta tarde, foi ao posto Aero Rancho e recebeu encaminhamento para a Santa Casa. “Estou aqui já tem mais de duas horas, no posto nem limparam os machucado. Se você não dá um de louco e quebra tudo, não é atendido”, declarou.

Segundo Gomes, na unidade do Bairro Aero Rancho não tem aparelho de raio-x e por isso ele foi encaminhado ao hospital.  “O médico mandou a ficha, mandou tudo. Chegou aqui tive que fazer outra ficha, vou passar pelo médico de novo e ainda não fui atendido. Só me deram um injeção para dor no posto. Se eu tivesse com uma hemorragia interna tinha morrido”.

De acordo com a assessoria de imprensa da Santa Casa, os atendimentos ambulatoriais em 2014 chegaram a 62.299. De janeiro a março de 2015 o hospital já realizou 14.042 atendimentos, a média diária foi de 156 atendimentos.