Manifestação foi realizada durante sessão

Ofendida. Estuprada. Desrespeitada. Violentada. Chega de sangue. Políticas públicas para as mulheres é prioridade. Denuncie agressões. Estas foram algumas das frases estampadas em camisetas e cartazes utilizados por um grupo de ativistas que participou de uma manifestação pelo fim da violência contra mulher. O protesto foi realizado na manhã desta terça-feira (8), durante sessão na Câmara Municipal de Campo Grande.

A manifestação faz parte das ações da Campanha 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência Contra as Mulheres, que teve início no dia 1º de dezembro. Nesta manhã, cerca de 20 ativistas, incluindo a promotora da 48ª Promotoria de Justiça da Vara de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher em Campo Grande, Ana Lara Camargo de Castro, participaram da manifestação.

Membro do Nevid (Núcleo de Enfrentamento à Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher) do MPE (Ministério Público Estadual), a promotora afirma que é preciso entender as diferentes formas de violências sofridas por mulheres.

“Quando se fala em violência as pessoas tendem a achar que se não tem sangue não há violência, mas a agressão não é só física. A Lei Maria da Penha vem para esclarecer isso. A violência também é moral, verbal, financeira e simbólica, que são praticadas com ações tidas como naturais e que na verdade não são, foram naturalizadas. Exemplo disso é a diferença de salário entre homens e mulheres que ocupam a mesma função. É importante destacar a violência simbólica que passa sem ser notada”, ressalta.

A vereadora Thais Helena (PT), também se posicionou a respeito do assunto.“Que sociedade é essa que ainda tem medo de denunciar? É preciso desmistificar a violência contra a mulher. Temos de denunciar. Enquanto a sociedade for machista, nós mulheres teremos de continuar lutando. Se esse for meu último ato no mandato ficarei feliz e honrada porque é uma luta muito importante”, frisa a parlamentar que teve o mandato cassado.

Campanha –

A campanha 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência Contra as Mulheres é uma mobilização anual, praticada simultaneamente por diversos atores da sociedade civil e poder público.

Os 16 Dias de Ativismo começaram em 1991, quando mulheres de diferentes países, reunidas pelo CWGL (Centro de Liderança Global de Mulheres), iniciaram uma campanha com o objetivo de promover o debate e denunciar as várias formas de violência contra as mulheres no mundo.

A data é uma homenagem às irmãs Pátria, Minerva e Maria Teresa, que se posicionaram contrárias ao ditador Trujillo, ficando conhecidas como “Las Mariposas”, e sendo assassinadas em 1960, na República Dominicana. No Brasil a campanha teve início em 2003 e atualmente os 16 dias de Ativismos ocorrem em 150 países.