MPT cobra salário e rescisão de funcionários demitidos de fábrica de roupas íntimas

Valores somam mais de um milhão de reais

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Valores somam mais de um milhão de reais

O MPT (Ministério Público do Trabalho) cobra a fábrica de roupas íntimas Universo Íntimo que paga os salários e a rescisão de oitenta e dois funcionários demitidos em massa que não receberam seus direitos trabalhistas.

Em audiência na terça-feira (13), o MPT ouviu trabalhadores da, o Sintivest-MS  (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Vestuários de Campo Grande) e representantes da Universo Íntimo para prestaram esclarecimentos sobre o caso das 82 demissões ocorridas na indústria.

Para assegurar direitos aos empregados, o MPT apresentou a proposta de que a empresa efetue o pagamento de todas as verbas salariais e o valor integral das verbas rescisórias, que somam em torno de R$ 1 milhão, inclusive das parcelas do FGTS (Fundo Garantia do Tempo de Serviço) que não foram depositadas e demais direitos previstos nas convenções ou acordos coletivos de trabalho.

De forma excepcional, como medida emergencial, diante das necessidades enfrentadas pelos trabalhadores demitidos, a proposta prevê o parcelamento mínimo das verbas rescisórias, com a primeira parcela a ser paga no dia 30 de outubro.MPT cobra salário e rescisão de funcionários demitidos de fábrica de roupas íntimas

Para o procurador do trabalho e coordenador do Fórum de Trabalho Decente e Estudos sobre Tráfico de Pessoas (FTD-ETP), Cícero Rufino Pereira, a atuação do MPT visa minimizar os danos as trabalhadoras e os trabalhadores demitidos.

“É um absurdo que 82 mulheres, chefes de família estejam há mais de 30 dias sem receber seus salários, sem a liberação dos depósitos do FGTS e sem acesso ao seguro desemprego. Isto é uma violência contra os direitos humanos destas mulheres e uma ofensa ao trabalho descente das mesmas. Precisamos todos resolver urgente esta situação”, conclui.

Entenda o caso

Na quinta-feira (15), o Midiamax noticiou reclamação dos trabalhadores demitidos, que ainda não receberam o salário. A denúncia das demissões chegou ao MPT pelo Sintivest-MS, por meio do Fórum de Trabalho Decente e Estudos sobre Tráfico de Pessoas, que teve conhecimento do caso. No dia 8 de setembro, 40 trabalhadoras e trabalhadores foram chamados ao refeitório da empresa, comunicadas sobre sua demissão e assinaram, na hora, o aviso prévio. Da mesma forma, dia 9 de setembro, outras 42 trabalhadoras foram chamadas no refeitório e demitidas, totalizando 82 trabalhadoras e trabalhadores.

Segundo as trabalhadoras, desde fevereiro deste ano a empresa está diminuindo o quadro de funcionários. “O nosso medo é que a empresa feche as portas e nos deixe na mão. Na manhã do dia 13 de outubro, a empresa convocou as 324 empregadas que ainda estão na fábrica, avisou que o salário está atrasado e mandou todo mundo para casa até o dia que o salário cair.” Um colega viu algumas máquinas sendo etiquetadas e carregadas: “Isso já aconteceu antes e se quando todo mundo voltar a empresa for embora? Como vamos ficar? ”, questiona a trabalhadora demitida que não quis se identificar.

Além do medo da empresa fechar as portas, as trabalhadoras querem garantir seus direitos. Outros acordos firmados anteriormente, também foram descumpridos pela empresa. “Uma colega de trabalho foi demitida no em março do ano passado, e só recebeu a primeira parcela do FGTS, quando ela busca informação na empresa eles alegam que o sistema mudou e não sabem o que aconteceu. Como vamos ter certeza que vão nos pagar?”.

Durante audiência, o advogado da Universo Íntimo, Otavio Figueiró, e a representante da Empresa, Simone Bruno da Silva, informaram que “não houve qualquer retirada de máquinas da empresa na semana passada, tampouco saiu qualquer caminhão carregando máquinas ou móveis, não tendo ocorrido também etiquetagens de máquinas e móveis para serem retiradas para eventual liberação do prédio”.

Nova audiência para discutir os pagamentos foi agendada para o dia 20 de outubro, às 17 horas, na sede do MPT, em Campo Grande.

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