Diretora de faturamento do Hospital do Câncer cobrou R$ 3,8 mil ilegalmente

Depois de ter R$ 3,8 mil cobrados indevidamente por uma funcionária, a família de um paciente do Hospital do Câncer de Campo Grande pretende devolver o dinheiro à instituição, em forma de doação. A envolvida na fraude, que trabalhava no local há 17 anos, foi demitida do cargo.

O diretor do hospital, Carlos Coimbra, convocou a imprensa para dizer, nesta quinta-feira (23), que a chefe de faturamento Lana Machado, 49 anos, foi demitida por justa causa. Ela é apontada como responsável pela cobrança indevida, feita em outubro do ano passado a familiares de um paciente de 81 – as identidades das vítimas serão preservadas.

Coimba disse que, na ocasião, Lana transferiu o paciente para uma ala do SUS (Sistema Único de Saúde), mas emitiu uma nota constando que ele ocupava um leito particular. O homem morreu no hospital e, passados alguns dias, a família recebeu a cobrança pelos serviços, no valor de R$ 3,8 mil.

A filha do paciente, que trabalha na área de contabilidade, mesmo orientada a não fazer pagamentos, já que o atendimento do paciente havia sido realizado pelo SUS, fez um cheque nominal ao hospital. Depois, checou que a nota dos serviços havia sido cancelada.

Mas decidiu deixar o crime se concretizar para saber se haveria a participação do hospital ou se era ato isolado, da então funcionária. Isso porque, conforme explica Coimbra, o SUS tem seis meses para pagar pelo serviço prestado.

Passado esse período e vendo que havia se tratado de um ato de Lana, a filha avisou o hospital. Este, por sua vez, registrou um boletim de ocorrência por furto mediante fraude, demitiu a funcionária por justa causa e se comprometeu a ressarcir a família do paciente.

Segundo Coimbra, os familiares disseram que vão devolver o ressarcimento em forma de doação ao hospital. A assessoria jurídica também estudará as medidas pertinentes para, se for o caso, cobrar da agora ex-funcionária o valor cobrado irregularmente.

O hospital também abriu sindicância para investigar se houve outros atos semelhantes praticados por Lana, que trabalhava há 17 anos no hospital e alegou, conforme Coimbra, ter sido motivada a praticar o crime devido por dificuldades financeiras. Por enquanto, não há suspeitas de envolvimento de outros funcionários.