Para ele, conflito é “bomba-relógio” e não há manipulação

 Após declaração da deputada estadual Mara Caseiro (PT do B) sobre o possível incentivo do Cimi (Conselho Indigenista Missionário) nas ocupações pelos indígenas das fazendas em Antônio João, o coordenador regional do Cimi-MS , Flávio Machado, declarou que “é lamentável esse tipo de fala”. A deputada quer, inclusive, que seja aberta uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar a entidade, ligada à Igreja Católica.  Para Flávio Machado, os parlamentares estão tentando mudar o foco, que seria a solução do conflito entre indígenas e fazendeiros.

Durante a sessão da Assembleia Legislativa nesta terça-feira (1°), Mara Caseiro afirmou que o Cimi-MS incita a ocupação de propriedades rurais. Em entrevista à equipe de reportagem do Jornal Midiamax, o coordenador do Cimi-MS afirmou que não há fundamento nas declarações da deputada, “da qual se espera conhecimento profundo”.

Para Flávio, ela utiliza de argumentos antigos de que “os índios não têm opinião. Isso é um preconceito contra os indígenas”. Sobre as postagens em redes sociais, ditas de indígenas, Flávio afirmou que muitos perfis “são de índios acadêmicos e até formados”. Em sua opinião, a Assembleia devia ajudar na solução do conflito. “CPI não resolve o problema. Eles estão tentando desvirtuar”.

Ele ainda afirmou que ninguém controla o conflito. “É uma bomba relógio que pode explodir a qualquer momento”, ao contrário do que disse a deputada sobre ser algo manipulado pelo Cimi-MS. “Nós defendemos a vida, seja dos indígenas, ou de qualquer pessoa”, declarou o coordenador.

Quando questionado sobre a solução para o conflito, ele afirmou que “há décadas a situação está se agravando cada vez mais, e a solução é ações efetivas do governo Federal”.