Vereadores dizem que reajuste é afronta à sociedade

Nesta quarta-feira (12) o presidente do Consórcio Guaicurus, João Rezende, não só afirmou que a redução no preço do diesel não vai impactar na tarifa do transporte coletivo, como anunciou que já está previsto um reajuste de valores para o dia 12 de novembro.

Diante do pronunciamento, feito durante a coletiva de apresentação do sistema de reconhecimento facial, instalado nos ônibus, vereadores da Capital, procurados pelo Jornal Midiamax, manifestaram indignação, afirmando que o assunto será amplamente debatido em audiências públicas, que já estão agendadas para o próximo mês.

O vereador Eduardo Romero (PT do B) disse que ainda aguarda decisão do Ministério Público, uma vez que a Procuradoria de Defesa do Consumidor entrou com processo de inquérito cível. “Ainda não é um inquérito, mas eles estão começando a juntar as informações para ver se vira um inquérito ou não, até para avaliar essa questão diante daquela provocação que nós fizemos”, explica.

Romero também acrescentou que a atitude é lamentável, porque mostra que o setor empresarial do transporte coletivo está preocupado apenas com os lucros e não com a efetividade do serviço. “Se você teve uma diminuição da alíquota do ICMS em 5 pontos percentuais, ela significa 30% de desconto no valor do diesel, e o diesel representa 27% da composição da tarifa do transporte”, detalha o vereador ao acrescentar que o preço do diesel é justamento o valor alegado para os reajustes anteriores.

O Consórcio Guaicurus alega que o combustível corresponde a apenas 25% da ‘cesta de itens’ para se calcular a tarifa, e acrescenta o reajuste de salários, de autopeças e de pneus são os que causam maiores impactos.

O vereador Chiquinho Telles (PSD) colocou o reajuste como uma afronta à sociedade. “Estamos trabalhando para ter uma boa notícia, e quando esperávamos pelo menos um aceno do comerciante em relação à diminuição do diesel, vem essa péssima notícia. Então há uma falta de critério e de vontade. Estão agindo como se Campo Grande fosse terra de ninguém”, critica.

Chiquinho também disse que está realizando um abaixo-assinado para que a população se manifeste em relação ao assunto. O vereador disse que, através da Comissão de Transporte e Trânsito, do qual é membro, vai solicitar uma audiência pública para a próxima semana.

A vereadora Luiza Ribeiro (PPS), que faz oposição ao prefeito na Câmara, afirma que o preço da tarifa do ônibus em Campo Grande já é alto por tradição, mas que o governo tem influência direta nos reajustes. “Então a gente percebe que é uma atitude de governo, que tem de ser discutida, e não é o que a empresa acha que tem de ser, mas sim o que o governo tem de discutir com a empresa e encontrar um equilíbrio” explica.

Luiza também reforça a indignação diante da resistência da Assetur em não diminuir o preço, mesmo com a queda da alíquota do diesel e termina afirmando que “transporte público em Campo Grande é uma brincadeira”.