Buraco gigante engole trecho da BR-359, obra milionária da CGR no norte do estado

BR-359 amanheceu com buraco de mais de 3 metros de profundidade e 6 metros de comprimento, em obra de R$ 60 milhões

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BR-359 amanheceu com buraco de mais de 3 metros de profundidade e 6 metros de comprimento, em obra de R$ 60 milhões

Nem finalizada ainda, a construção da BR-359, situada no norte do estado, amanheceu com uma enorme cratera no trecho da CGR Engenharia. Próxima de Alcinópolis, a enorme cratera ameaça engolir a pista recém entregue. Em ocasiões anteriores, o mesmo problema ocorreu nos trechos já concluídos da obra, mas em dimensão menor.

Agora, depois das chuvas dos últimos dias, a tubulação de drenagem aparece rompida e toda a terra que estava sobre ela veio abaixo. A sucessão de episódios semelhantes indica que faltou qualidade tanto no projeto como na sua execução, fiscalizada pela Agesul.

Enquanto isso, em abril a Agesul obteve mais R$ 23 milhões do Dnit para a conclusão de um trecho de 12 quilômetros que a CGR havia abandonado, depois que entrou em recuperação judicial em dezembro de 2012. Agora, há dois dias, a CGR recebeu um 8º aditivo contratual da Agesul dando mais prazo para a conclusão da rodovia.

A construção da BR-359 nos trechos da CGR tem uma história conturbada. A obra da BR-359 foi enquadrada no Fiscobras do TCU em 2009 sob acusação de superfaturamento e sobrepreço. Em dezembro de 2010, Hélio Yudi Komiyama, diretor- executivo da Agesul, foi considerado inelegível pelo Tribunal de Contas da União.

Komiyama foi o responsável pela fiscalização da obra, e o TCU o puniu por ter atestado a construção não realizada de bueiros pela construtora Financial. Bueiros são necessários para evitar acúmulo de água, que pode causar erosão na pista. Depois de multá-lo, o TCU incluiu o diretor-geral da Agesul numa lista de 4.922 considerados inelegíveis pelo tribunal.

Por outro lado, o próprio diretor da CGR, Gilberto Recalde, foi um dos indiciados na Operação Uragano, acusado de corrupção pelo desvio de recursos do município de Dourados para campanhas políticas. Depois disso a empreiteira entrou em crise, dispensando seus trabalhadores sem os direitos trabalhistas.

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