Já está rachado o concreto que sustenta a terra e barra a erosão perto do Residencial Cachoeira e estacas terão que ser removidas, diz o engenheiro Francisco Nascimento; previsão é de chuva intermitente [com pausas] até terça-feira pela manhã

Já está rachado o concreto que barra a erosão na Avenida Ricardo Brandão. Ocorre que a cratera engole parte da área de lazer do Residencial Cachoeirinha, cujo aterro dos fundos fica na via que desde o dia 27 de fevereiro passa por obras.

A força da enxurrada provocou arraso no trecho que vai desde o pontilhão da Avenida Ceará até o Residencial Cachoeirinha. Nesta tarde, após cerca de dez horas de chuva intermitente [com pausas] o engenheiro da Secretaria Municipal de Infraestrutura Francisco Nascimento foi até o local e constatou rachaduras na obra e anunciou medida de proteção.

Segundo ele, as estacas que seguram o muro de concreto recém-construído [no fim de semana] terão de ser removidas e colocadas em uma altura maior. “Teremos que fazer isso para corrigir. A cada dia de chuva perdemos cinco dias de serviço”

A altura da água no córrego Prosa se mantém no nível que não indica riscos. Segundo o meteorologista Natálio Abraão, como a chuva é intermitente [com pausas], há tempo hábil de a água ser absorvida pelo solo.

Até às 9 horas choveu 33 milímetros na Capital. No dia 27 de fevereiro, em 80 minutos foram 88 milimetros de chuva.

Por conta do risco de desmoronamento no local, foram colocados ao longo da última semana, estacas e tapumes na tentativa de conter o avanço da erosão, nos fundos do Residencial Cachoeirinha. Hoje, uma pista para o desvio do tráfego estava sendo finalizada na Avenida Ceará para dar acesso à Avenida Ricardo Brandão.

“Se melhorar o tempo, vamos terminar de fazer o desvio. Se a chuva aumentar, vai atrapalhar nosso serviço”, disse o engenheiro da empreiteira Nautilus, Alfredo Basmage, nesta manhã. Desde então o trabalho está paralisado.

No último sábado (13), o prefeito de Campo Grande, Nelson Trad Filho (PMDB), esteve no local da obra e disse ao Midiamax que cobraria agilidade das empreiteiras para que o serviço no local fosse feito com celeridade e qualidade. Ele temia que uma nova chuva provocasse outra destruição no local. Trad Filho chegou a ameaçar acionar a Justiça caso fosse registrado falhas técnicas. Segundo ele, cinco empreiteiras trabalham naquela área.

A Prefeitura de Campo Grande requisitou R$ 32 milhões ao governo federal para resolver o problema estrutural que apareceu após a enxurrada de fevereiro. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deverá autorizar através de Medida Provisória a liberação dos recursos com o aval da Câmara dos Deputados. Porém, essa liberação de recursos era prevista para a última semana.