Policiais que escoltavam empresário morto em Aeroporto de Guarulhos são afastados
Empresário morto era delator do PCC
Da Redação –
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Os quatro policiais responsáveis pela escolta do empresário assassinado no Aeroporto Internacional de Guarulhos, na última sexta-feira (8), foram afastados e tiveram os celulares apreendidos. Eles prestaram depoimento, na manhã deste sábado (9) no DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa) e na Corregedoria da Polícia Militar.
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Os agentes Adolfo Oliveira Chagas, Leandro Ortiz, Romarks César Ferreira de Lima e Jefferson Silva Marques de Sousa foram contratados para fazer a escolta de Vinícius Gritzbach. O empresário era delator do PCC (Primeiro Comando da Capital) e foi atingido por pelo menos 27 disparos de fuzis que atingiram cabeça, tórax e braços.
Uma das linhas de investigação do DHPP, os seguranças teriam falhado de forma proposital, indicando o horário do desembarque para os executores.
Empresário fechou acordo de delação neste ano
Gritzbach fechou acordo de delação premiada, homologado pela Justiça em abril. As negociações com o Ministério Público Estadual duravam dois anos e ele já havia prestado seis depoimentos. Conforme a investigação policial, ele é ex-corretor da Porte Engenharia e Urbanismo, uma das maiores construtoras da cidade.
Em nota, a Porte diz que foi informada pela imprensa sobre a morte de Gritzbach, “com quem não mantém negócios há anos”. E afirma que ele foi “corretor de imóveis na empresa apenas entre 2014 e 2018”.
Na delação, o empresário falou sobre envolvimento do PCC, a maior organização criminosa do País, com o futebol e o mercado imobiliário. O empresário também deu informações sobre os assassinatos de líderes da facção, como Cara Preta e Django.
Segundo o Estadão apurou, ele também mencionou corrupção policial e suspeita de pagamento de propina na investigação da morte de Cara Preta. Procurada pela reportagem, a Secretaria da Segurança Pública ainda não se manifestou.
Gritzbach já havia sido alvo de um atentado na véspera do Natal de 2023, quando um tiro de fuzil foi disparado contra a janela do apartamento onde mora, no Tatuapé, na zona leste, mas o autor errou o alvo. A reportagem apurou que a polícia já identificou o responsável por esse atentado.
O que Gritzbach disse na delação
Gritzbach trabalhou na Porte até 2018. Aos investigadores, ele disse que conheceu os integrantes da facção “no âmbito do ambiente de trabalho da Porte” por meio de um corretor de imóveis em razão da venda de dois apartamentos no Tatuapé, na zona leste, paulistana, região que virou um reduto da cúpula do PCC nos últimos anos.
O Ministério Público Estadual (MPE) está investigando a Porte, sob a suspeita de ter vendido mais de uma dezena de imóveis para traficantes de drogas, segundo a delação do ex-funcionário. Segundo a delação premiada, executivos da Porte receberam pagamento de imóveis em dinheiro em espécie e sabiam de registros de bens em que o nome do verdadeiro proprietário ficava oculto.
Nesta sexta, a construtora afirmou que o assassinato no aeroporto deve ser “acompanhado e esclarecido pelas autoridades competentes”. E acrescentou que, “como sempre, a empresa segue à disposição para contribuir com os processos investigativos em curso”.
Em agosto, quando o Estadão revelou a investigação, a Porte disse desconhecer que entre os clientes do ex-funcionário estivessem pessoas ligadas ao crime organizado.
*Com informações da Agência Estado
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