BID Pantanal vai investir R$ 6 bilhões contra desmatamento que avança no bioma em MS

Crimes ambientais se multiplicam no Pantanal de Mato Grosso do Sul

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desmatamento pantanal
Área desmatada em uma fazenda no Pantanal é equivalente a 1,3 mil campos de futebol. (Marcos Ermínio, Jornal Midiamax)

Enquanto Mato Grosso do Sul discute como combater o desmatamento e os crimes que usam o Pantanal como rota, o BID (Banco Interamericano do Desenvolvimento) promete investir R$ 6 bilhões, o que equivale a 400 milhões de dólares, no bioma, além da região norte do Brasil.

O anúncio, feito há um mês, foi reforçado nesta quarta-feira (28) pelo ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, durante entrevista para Agência Brasil.

O ministro afirma que os valores serão investidos em projetos de desenvolvimento de sustentabilidade no Pantanal. O BID Pantanal já teve autorização de valores liberados pelo banco, mas detalhes sobre a implementação do projeto ainda estão sendo definidos.

Assim que for liberado, o programa precisará de aprovação no Senado Federal. O prazo é que os projetos que usam o recurso estrangeiro sejam implementados em até seis anos.

Na entrevista, o ministro Fávaro disse que os recursos devem ser usados para recuperação de áreas ou biomas que tenham sofrido com intempéries climáticas ou com o avanço da degradação ambiental. Os recursos serão aplicados no Pantanal de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso.

Em Mato Grosso do Sul, Pantanal tem desmatamento e rota de crime

Em série de reportagens publicadas nas últimas semanas, o Jornal Midiamax revela detalhes do desmatamento que avança no Pantanal. O bioma, em algumas regiões, se tornou rota do crime.

Diante das denúncias, a Alems (Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul) criou uma comissão para investigar os crimes ambientais.

Em uma das partes até então mais preservadas do bioma pantaneiro, na Nhecolândia se vê cada vez menos as lentas e pouco agressivas comitivas que transportavam boiadas gigantescas de uma parte a outra. Agora convive com o vai e vem descuidado de caminhões boiadeiros, chamados de ‘uber do boi’.

O avanço da cria e recria, que contempla a pecuária moderna em Mato Grosso do Sul, também coloca o Pantanal em risco.

A produção do gado em ritmo industrial, que produz cada vez mais gado no menor tempo possível, atrai os ‘novos donos’ para a vastidão intocada do Pantanal. Eles têm comprado cada vez mais terra no Pantanal, tirando do controle os fazendeiros tradicionais, que aprenderam a conciliar a pecuária extensiva com a preservação do ambiente nos últimos 80 anos.

Foi assim que uma área de aproximadamente 6 mil hectares caiu nas mãos do empreiteiro André Luis dos Santos. Ele mesmo foi contratado pelo Governo de Mato Grosso do Sul para construir a MS-228, e usou os mesmos equipamentos para desmatar 1.300 hectares da área que comprou ao lado da nova rodovia.

Quem deveria atuar na preservação, como o MPMS (Ministério Público Estadual de Mato Grosso do Sul), reclama que falta legislação capaz de frear os ímpetos destrutivos de quem quer lucrar no Pantanal o máximo possível no menor tempo possível.

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