A ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, já está viajando para a República Islâmica do Irã com o objetivo de ampliar a pauta exportadora do agronegócio brasileiro. A otimização da pauta comercial também tem outro componente histórico: não há nenhuma mulher no alto escalão do governo iraniano. O Irã é um país muçulmano marcado pelo conservadorismo relacionado ao empoderamento feminino.

Na pauta de Tereza Cristina, o primeiro destaque é o encontro com o ministro da Agricultura, Seyed Javad Sadati Nejadi, e com representantes empresariais na sequência. A viagem histórica quase foi cancelada pelo fato de a ministra ter sido diagnosticada com Covid-19, mas um novo exame foi feito na segunda-feira (14) e o resultado deu negativo. A ministra viajou no fim da manhã desta terça-feira (15).

Tereza Cristina também se reunirá com o presidente da Comissão de Agricultura do parlamento iraniano, o deputado Muhammad Askari, além de encontros com a Câmara de Comércio Brasil-Irã e com o Fórum Empresarial entre os dois países. Também está prevista visita à Petroquímica de Shiraz, importante produtora de ureia, e à Câmara de Comércio de Shiraz. A compra de fertilizantes é primordial ao Brasil, que hoje importa quase tudo da Rússia e Estados Unidos. Neste caso, o Brasil quer mais uma via de comércio em busca de melhores preços.

A relação exportação/importação entre Brasil e Irã é superavitária para o Brasil. Em 2020, por exemplo, o Brasil exportou US$ 1,9 bilhão em produtos agrícolas para o Irã, com domínio de milho e soja. Do Irã, o Brasil comprou o equivalente a US$ 2 milhões, com destaque para nozes, castanhas, uvas secas e outras frutas conservadas.