Lula diz que anunciará nomes para ministérios somente após diplomação

A cerimônia está marcada para dia 12

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Lula
Foto: Reprodução, Ricardo Stuckert

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta sexta-feira, 2, que apenas depois que for diplomado é que anunciará seu ministério. A cerimônia está marcada para o próximo dia 12. “Depois que eu for diplomado e presidente reconhecido é que vou escolher meu Ministério. Não adianta ficar nervoso, criar expectativa”, disse ao chegar ai Centro Cultural do Banco do Brasil, em Brasília, onde funciona o gabinete de transição. “Tenho 80% do Ministério na cabeça, mas não é para mim, é para força política que esteve comigo nas eleições”, acrescentou.

O petista disse que não escolheu todos os ministros ainda e que está conversando com todas as forças políticas, inclusive as que não o apoiaram na campanha, mas que têm importância no Congresso Nacional. “Quando ganhamos as eleições, conversamos com deputados e senadores eleitos. Vamos conversar com partidos menores que estiveram conosco. Queremos conversar com setores da sociedade”, disse.

Lula voltou a criticar o uso da máquina pública por Jair Bolsonaro (PL) durante a campanha eleitoral. “Nunca vi alguém utilizar tanto o aparelho de Estado para ganhar uma eleição”, afirmou, repetindo que ele enfrentou não apenas um candidato opositor, mas todo um Estado e suas instituições. “Depois que montarmos o ministério, vamos governar para 215 milhões e não apenas para quem votou em mim.”

Haddad

Lula evitou responder sobre o futuro do ex-ministro Fernando Haddad (PT) em seu governo. Haddad é um dos principais cotados para assumir o Ministério da Fazenda. “Se eu responder o que você quer, você já vai saber o que eu penso, então eu não vou responder”, disse Lula na entrevista a jornalistas em Brasília.

Questionado sobre os ministérios no governo Lula 3, o presidente eleito respondeu que a base da Esplanada dos Ministérios irá refletir o desenho do seu segundo mandato à frente do Palácio do Planalto. Portanto, o petista voltou a falar que irá recriar o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, do Desenvolvimento, e da Pesca, por exemplo. “Tudo o que a gente tinha e mais o ministério dos povos originários”, disse o presidente eleito.

Ele ponderou, no entanto, que a estrutura voltada para os Povos Originários pode começar não como um ministério, mas como uma secretaria especial ligada à presidência da República.

‘A cara do sucesso’

Lula assegurou que escolherá um ministro da Economia – ou Fazenda – que será “a cara do sucesso” do seu primeiro mandato, iniciado há 20 anos. “O Ministério tem autonomia, mas quem ganhou as eleições fui eu e, obviamente, quero ter inserção nas decisões econômicas”, afirmou, quando foi questionado pelo Estadão/Broadcast sobre qual seria o perfil do ministro da área econômica.

Lula disse que sabe não apenas o que é bom para o povo como também para o mercado financeiro, apesar de não entender tanto de economia. “Eu já governei o País duas vezes, e foi exatamente no meu mandato que este País teve o maior crescimento que já teve em 30 anos. As pessoas se esquecem que eu sei o que é bom para o povo, para o mercado. As pessoas precisam saber que ganhei a eleição para governar para o povo mais pobre desse Pais “

Biden

O presidente eleito também disse que apenas se encontrará com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, depois do dia 12, quando será diplomado. Segundo ele, na segunda-feira, 5, um representante do governo americano virá ao Brasil para que uma data seja escolhida. “Eu não posso viajar antes da diplomação. Se eu viajar, será após dia 12”, explicou.

Lula disse que os dois terão muitos assuntos a conversar e comparou a trajetória recente dos dois países, afirmando que os Estados Unidos padecem de necessidade democrática, assim como o Brasil. “O ex-presidente Donald Trump fez estrago na democracia americana, como o presidente brasileiro Jair Bolsonaro fez no Brasil”, afirmou.

Entre os assuntos que o brasileiro levará a Biden, está o papel do Brasil na nova geopolítica mundial. Ele citou a guerra na Ucrânia e defendeu que não há necessidade de continuar a haver uma guerra. Lula disse que também gostará de saber os temas que serão propostos pelo americano.

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