A mansão que ficou famosa após a repercussão do podcast “A mulher da casa abandonada”, do jornal Folha de S. Paulo, foi alvo de busca e apreensão na tarde desta quarta-feira (20).

Segundo o portal UOL, a ação faz parte de um inquérito aberto pela Polícia Civil de São Paulo para investigar se Margarida Bonetti, que morava no imóvel, sofre de distúrbio psiquiátrico e se foi vítima de abandono de incapaz.

O podcast, produzido pelo jornalista Chico Felitti, conta a história de Margarida Bonetti, que voltou ao Brasil para morar na mansão localizada em Higienópolis, na capital paulista. Ela é acusada de ter mantido uma empregada doméstica em condições análogas à escravidão por quase 20 anos nos Estados Unidos.

A ação faz parte de inquérito aberto pela Polícia Civil que investiga se ela sofre de distúrbio psiquiátrico e se foi vítima de abandono de incapaz. Margarida voltou ao Brasil para morar na mansão de Higienópolis, bairro nobre da capital paulista, após ser acusada de ter mantido uma empregada em condições análogas à escravidão entre o fim da década de 1970 e o começo dos anos 2000 nos EUA.

A operação

Segundo informações do jornal Folha de S. Paulo, a mulher não quis abrir a porta da casa e, por isso, os agentes arrombaram uma janela para entrar.

De acordo com policiais, o interior do imóvel estava “insalubre”, com muito lixo, restos de comida e com forte cheiro de coisas estragadas. Eles encontraram também um cachorro embaixo de um imóvel e o retiraram do local. O imóvel atualmente é alvo de uma disputa na Justiça entre os herdeiros, incluindo Margarida.

Entenda o caso

A “mulher da casa abandonada” é Margarida Bonetti, que vive em um casarão com ares de abandono e descaso no tradicional bairro Higienópolis, um dos mais caros de São Paulo. No podcast, o jornalista Chico Felitti investiga o que levou a mulher, que se apresentou a ele como Mari, a levar a vida que leva, de forma bastante excêntrica, no bairro paulistano.

No entanto, o que poderia ser apenas um mergulho na vida da elite paulistana por trás das cortinas se transforma em algo a mais: o programa revela que Margarida está foragida do FBI há mais de duas décadas, por ter mantido uma mulher em condições análogas a escravidão nos Estados Unidos.

Luisa mel esteve no local

A ativista Luísa Mell esteve na mansão retratada pelo podcast “A Mulher da Casa Abandonada” nesta quarta-feira (20), quando a Polícia Civil deflagrou uma operação envolvendo a principal personagem, Margarida Bonetti. Ela transmitiu imagens pelas redes sociais.

Luisa Mell entrou na casa a procura de mais animais para resgatar, quando Bonetti saiu da residência e arrancou o filhote que estava no colo da ativista. “Essa cachorra é minha. Eu gostava de você Luisa Mell, eu gostava”, disse Margarida.

Luisa Mel e Margarida

Último episódio do podcast

No último episódio do podcast “Mulher da casa abandonada”, da Folha de S.Paulo, Margarida Bonetti falou pela primeira vez sobre as acusações de manter uma mulher em situação análoga a escravidão por 20 anos nos EUA. Ela alegou, em entrevista à Chico Felliti, que não sabia que a empregada não recebia salários e se disse vítima de uma grande conspiração.

Margarida Bonetti falou ao podcast da Folha nos últimos dias de maio e tentou apresentar o seu lado da história. No começo da entrevista, que durou todo o episódio, Margarida se diz uma pessoa que busca “fazer prevalecer o que é bom e o bem, o que é belo, o que é justo e o que é certo”, em fala que parecia ensaiada.

Questionada pelo jornalista sobre o caso em que foi acusada e procurada nos EUA, Margarida se diz vítima de uma conspiração e, sem apresentar qualquer evidência, fala que havia um conluio entre um grupo de advogados e o FBI. Ainda no começo da entrevista, ela pergunta se o jornalista teve contato com a sua antiga funcionária mas, ao saber que a mulher não gostaria de ter contato com ela, Margarida dispara: “Nem eu! Ela foi uma mentirosa e uma traidora. Eu não quero falar nada com ela.”

*Com informações do site Uol