Por falta de insumos, Butantan suspende produção da CoronaVac

Importado da China, IFA está sendo utilizado no país, que enfrenta nova onda da pandemia

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SES pediu pelo menos 5% do que falta para completar a vacinação no Estado.
SES pediu pelo menos 5% do que falta para completar a vacinação no Estado.

O Instituto Butantan interrompeu a produção da vacina CoronaVac, utilizada contra a Covid-19 por falta de matéria-prima. Segundo a CNN Brasil, um novo carregamento de IFA (Ingrediente Farmacêutico Ativo), previsto para ser entregue pela China na sexta-feira (9), não tem mais data para chegar.

O instituto confirmou a paralisação, mas garantiu a entrega das remessas contratadas. O Butantan se comprometeu a entregar 46 milhões de doses até o fim de abril.

“O Instituto Butantan informa que é esperado para a próxima semana um novo carregamento de IFA (Insumo Farmacêutico Ativo) de 6 mil litros, correspondentes a cerca de 10 milhões de doses da vacina contra o novo coronavírus. Com isso será possível cumprir integralmente o primeiro contrato com o Ministério da Saúde, totalizando a entrega de 46 milhões de doses ao Programa Nacional de Imunizações (PNI) até 30 de abril”, informou.

O atraso foi admitido também pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB), em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (7). Doria disse na coletiva que chegou a ligar para o embaixador chinês em Brasília, Yang Wanming. Dois dias atrás, o embaixador publicou na sua conta no Twitter uma mensagem sobre o encontro com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e garantiu que a China seguiria mandando insumos ao Brasil.

Agora, a previsão de chegada de 6 mil litros de IFA em São Paulo é no dia 15 de abril, suficientes para produzir 10 milhões de doses. O Butantan tenta antecipar essa data para retomar a produção. 

Segundo dados do Ministério da Saúde, oito em cada 10 doses contra o novo coronavírus no Brasil até agora são da Coronavac. Desde janeiro, o instituto já entregou 38,2 milhões de doses – 22,7 milhões apenas em março.

Também vem sendo aplicada no Brasil a vacina Covishield, da AstraZeneca em parceria com a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz). O laboratório carioca, no entanto, teve dificuldades para engrenar a produção, mas anunciou nesta semana que conseguiu atingir 900 mil doses por dia.

Para abril, a expectativa do Ministério da Saúde é que a maior parte das vacinas a serem utilizadas no país sejam da Covishield. A previsão de entrega é de 18,9 milhões de doses pela Fiocruz e cerca de 10 milhões pelo Butantan. 

É importante ressaltar, no entanto, que o IFA da vacina envasada na Fiocruz também vem da China. Por enquanto não há informações de atrasos nessas entregas. De acordo com a Fiocruz, a entidade já tem IFA no país suficiente para manter a produção até meados de maio e aguarda nova remessa ainda neste mês.

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