Pular para o conteúdo
Brasil

Financiamentos ‘sustentáveis’ ganham peso na carteira do Banco do Brasil

Segundo o banco, já somam mais da metade do total de R$ 226 bi
Arquivo - Publicado em
Compartilhar
Vice-presidente de Agronegócios do BB
Vice-presidente de Agronegócios do BB

A entrada de outros agentes na operação do crédito rural subsidiado nesta safra 2021/22 não afetou os resultados do Banco do Brasil no agronegócio. A carteira de clientes da instituição no setor cresceu 18,5% em um ano e fechou o mês de setembro em R$ 225,8 bilhões – mais da metade disso em financiamentos “sustentáveis”, como para o plantio direto (R$ 35 bilhões) e agricultura de baixo carbono (R$ 7,2 bilhões).

A liderança no mercado, com 54% de participação, foi assegurada com a estratégia de reaproximação e expansão da atuação no campo e o foco na emissão de títulos, no financiamento da industrialização e na manutenção da previsibilidade das linhas do crédito tradicional – o que ajudou a garantir o lucro de R$ 15,1 bilhões acumulado no ano do BB.

Ainda detentor de metade do orçamento de R$ 13 bilhões do Tesouro Nacional para a equalização de juros, o banco garante que “tem e terá dinheiro” com taxas controladas até o fim desta safra, em junho de 2022. A provisão dá vantagem em relação aos concorrentes, que já desembolsaram todo o recurso obrigatório e preveem alíquotas mais elevadas aos produtores no restante da temporada.

O diferencial é maior para investimentos. O BB emprestou R$ 1 bilhão dos R$ 10,5 bilhões adicionais anunciados no fim de agosto para fomento do setor com juros mais baixos.

De julho a outubro, o BB desembolsou R$ 59,9 bilhões em crédito para o setor. O que surpreendeu o vice-presidente de Agronegócios, Renato Naegele, no entanto, foi a diferença do desempenho. Enquanto a liberação de crédito das linhas tradicionais do banco cresceu 52% nos quatro primeiros meses da safra, os demais agentes financeiros avançaram 30% em relação a 2020. Ao todo, a contratação subiu 39% para R$ 124,5 bilhões.

Os resultados fizeram o banco revisar a projeção de crescimento da carteira do agronegócio novamente. O avanço estimado agora está entre 29% e 31%, o que poderá levar o saldo de 2021 para R$ 239,9 bilhões.

“O resultado é natural para o banco. O crescimento da carteira e o ajuste do guidance são fruto da decisão estratégica de dar prioridade ao agronegócio”, destacou Naegele. O movimento do banco tem foco em atender o “novo agro”. A emissão de Cédulas de Produto Rural (CPR) aumentou 51,3% até setembro, para R$ 6,7 bilhões, e a de CDCAs, títulos voltados a pessoas jurídicas, cresceu 483,3%, para R$ 5,1 bilhões.

A expansão deve-se à migração do financiamento das agroindústrias, que deixou de ser feito com recursos das exigibilidades da poupança rural e das Letras de Crédito do Agronegócio (LCA), com a tomada de crédito tradicional para o mercado de títulos e operações estruturadas.

“Estamos atuando na cadeia de valor como estratégia. Estamos indo para o novo agro. O mercado tende a ser mais forte em títulos na medida em que tem a restrição fiscal”, disse Naegele. A atuação no mercado de capitais, no atendimento à agroindústria e de forma cada vez mais digital coloca o BB “um passo à frente do crédito rural mais tradicional que todo mundo faz, dentro da porteira”, afirmou. “Estamos avançando ancorados na nova lei do agro”.

Além de atuar em custeio e investimento, o BB ampliou em 112% o desembolso para comercialização e em 717% para industrialização até setembro. A emissão de mais CPRs e CDCAs “imobiliza” menos capital e libera espaço em caixa para incrementar outras linhas, o que “otimiza o mix da carteira” e garante a alta no desempenho de todas as frentes. O tíquete médio das operações de crédito rural cresceu 35% com a alta nos custos de produção.

Em complemento a esse movimento, o BB protocolou no início desta semana o aviso ao mercado do prospecto do seu primeiro Fiagro. A intenção é captar R$ 400 milhões para o fundo imobiliário. O início da oferta deve ocorrer em dezembro.

A expansão da carteira, diz Naegele, é feita com qualidade. A inadimplência caiu para 0,67% em outubro, índice histórico de baixa. As prorrogações de financiamentos rurais recuaram de R$ 15,2 bilhões em setembro de 2020 para R$ 10,9 bilhões, fruto da rentabilidade do setor, o que sustenta as boas expectativas do BB para a sequência da safra.

“Não vejo chances de redução drástica de preços nem de riscos de rentabilidade”, disse. “O nosso planejamento é para toda a safra, não vai faltar recursos”.

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais

Durante chuva forte em Campo Grande, asfalto cede e abre 'cratera' na Avenida Mato Grosso

Bebê que teve 90% do corpo queimado após chapa de bife explodir morre na Santa Casa

Com alerta em todo o Estado, chuva forte atinge Campo Grande e deixa ruas alagadas

Tatuador que ficou cego após ser atingido por soda cáustica é preso por violência doméstica

Notícias mais lidas agora

Menino de 4 anos morre após tomar remédio controlado do pai em Campo Grande

Pedágios

Pedágio em rodovias da região leste de MS fica 4,83% mais caro a partir do dia 11 de fevereiro

Vítimas temem suposta pressão para abafar denúncias contra 'fotógrafo de ricos' em Campo Grande

Morto por engano: Trabalhador de usina foi executado a tiros no lugar do filho em MS

Últimas Notícias

Política

'CPI do Consórcio Guaicurus' chega a 10 assinaturas e já pode tramitar na Câmara

Presidente da Câmara, Papy (PSDB) não assinou pedido da CPI após defender mais dinheiro público para empresas de ônibus em Campo Grande

Cotidiano

Decisão de Trump de taxar aço pode afetar exportação de US$ 123 milhões de MS

Só em 2024, Mato Grosso do Sul exportou 123 milhões de dólares em ferro fundido para os EUA

Transparência

MPMS autoriza que ação contra ex-PGJ por atuação em concurso vá ao STJ

Ação pode anular etapa de concurso por participação inconstitucional de Magno

Política

Catan nega preconceito após Kemp pedir respeito à professora trans

Fantasia de ‘Barbie’ da professora não foi considerada exagerada por outros deputados