Em evento sobre covid, Bolsonaro não cita vítimas e chama jornalistas de ‘bundões’
No momento em que o Brasil registra quase 115 mil mortes decorrentes do novo coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro participou do evento “vencendo a covid-19”, no Palácio do Planalto, na manhã desta segunda-feira, 24. No discurso, o presidente não fez qualquer menção às vítimas ou a seus familiares, lembrou que foi já contaminado e voltou […]
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No momento em que o Brasil registra quase 115 mil mortes decorrentes do novo coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro participou do evento “vencendo a covid-19”, no Palácio do Planalto, na manhã desta segunda-feira, 24. No discurso, o presidente não fez qualquer menção às vítimas ou a seus familiares, lembrou que foi já contaminado e voltou a atacar jornalistas. “Quando pega num bundão de vocês a chance de sobreviver é bem menor”, afirmou.
Bolsonaro citou ainda a atuação de ex-ministros da Saúde que acabaram exonerados durante a pandemia, Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich. Ele afirmou que, em março, chamou o novo coronavírus de “gripezinha” e disse que o seu “histórico de atleta” impediria uma infecção mais grave.
Hoje, meses após ter sido criticado pela fala, Bolsonaro falou que “sempre foi atleta das Forças Armadas”, mas que o fato de citar o seu histórico seria encarado com “deboche pela mídia”. “Aquela história de atleta né, que o pessoal da imprensa vai para o deboche, mas quando pega num bundão de vocês a chance de sobreviver é bem menor”, declarou.
Um dia após ameaçar encher um jornalista de “porrada”, Bolsonaro disse que os profissionais da imprensa só sabem “fazer maldade” e “usar a caneta com maldade em grande parte”. “Tem exceções como aqui o Alexandre Garcia. A chance de (um jornalista) sobreviver é bem menor do que a minha. E quem falou ‘gripezinha’ foi o Dráuzio Varella, deixar bem claro. E depois eu fui atrás”, afirmou.
Foram convidados para a cerimônia médicos que defendem o uso da hidroxicloroquina para o tratamento precoce da doença, medicamento sem eficácia comprovada. Outro defensor da droga, o ex-ministro da Cidadania e deputado federal Osmar Terra (MDB-PR) ganhou lugar de destaque no evento.
Ao final do encontro, Bolsonaro e os médicos formaram aglomeração ao se reunir para tirar fotos. Todos eles usavam máscaras. Entre eles, estavam Nise Yamaguchi e Luciano Dias Azevedo. O ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, não estava presente, pois está em viagem ao Ceará.
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